A mentira das urnas está em curso

Vejo, ouço e sinto a mais espantosa marafunda eleitoral de minha vida. Nunca vi tanta mediocridade numa campanha como a desse ano. Verdadeiros asnos travestidos de  autênticos ogros são alçados ao posto de "maiores lideranças poliíticas do país". Mas também é compreensível. Os candidatos refletem justamente o que a maioria quer. Uma pantomínia. 

E em tempos tão bicuos permanece atualíssima a leitura de "A metira das urnas", do jornalista Maurício Dias, que traça de uma forma até engraçada a história das caixinhas para as campanhas políticas brasileiras, de JK até Lula.  O livro me foi doado pelo amigo timoteense Humberto Abreu, com a seguinte recomendação: "Ha dois tipos bem definidos de jornalistas que cobrem política no Brasil. O que já leu esse livro e o que não leu".

Chama a atenção o capútulo 6 de "A mentira das urnas". Há um trecho dedicado ao “Clube do Bilhão” de Trancredo Neves – No Brasil até eleições indiretas precisaram de financiamento de caixa 2. 

Coordenado pelo empresário Mario Garnero, o “Clube do Bilhão” foi composto para enfrentar o caixa 2 de Paulo Maluf coordenado pelo ex-ministro da Fazenda Delfin Neto.
 
Um esquema também simples: contatavam-se grandes empresários com interesses no governo e vendiam-se “cotas” sem recibo. Fato curioso é que ao final da campanha eleitoral, com a debandada de aliados de Maluf, o clube serviu para “convencer” aos últimos simpatizantes de Tancredo a não aderirem a sua campanha para dar mais legitimidade à eleição.

Legitimidade essa que os candidatos contemporâneo nossos buscam por meio das negociatas escusas, parcerias e outras conjuminâncias desse nosso tempo. Tem guita gente consciente, que sabe disso e vai votar no palhaço Tiririca, como protesto. A mentira segue seu curso.

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