Seria o armagedão?

Há alguns dias a entrevista de um professor de engenharia ambiental da UMFG no rádio chamava a atenção para a degradação ambiental no planeta. Ele dizia que, na sala de aula, sempre chama a atenção dos alunos sobre os três "R" (entre os ambientalistas, reutilizar, reciclar e reduzir - o consumo).

No entendimento do professor, a maioria das pessoas já entendeu sobre a reutilização e reciclagem, mas são raros os que se preocupam com a redução do consumo. Como ninguém quer abrir mão do conforto, praticidade e outras benesses da vida moderna, o reciclar e reutilizar resolvem muito pouco. Os três "R" formam uma corrente partida, sem efeito, quando não se reduz.

É preciso lembrar desse ensinamento porque esta semana os combustíveis atingiram patamares insustentáveis. O etanol (álcool combustível) a R$ 2,46 o litro e gasolina quase na casa dos R$ 2,80?

Melhor desengripar a bicicleta e tirar da gaveta o sapato com solado amazonas porque a maioria dos brasileiros vai precisar disso: bicicleta como meio de transporte e sapato macio para ir ao trabalho a pé. No sábado, ao demonstrar surpresa com os preços o rapaz esquálido de um posto de abastecimento não foi nem um pouco animador comigo: "E vai subir mais, patrão".

Pílulas

O desaparecimento de uma família (pai, mãe e dois filhos universitários) mais um grupo de quatro pessoas em São Paulo é de arrepiar os cabelos. Acreditando que seriam arrebatados no dia 14 de março, às 14h, na marginal Pinheiros, o grupo saiu de casa em Diadema e desapareceu sem deixar vestígios. Ou melhor, eles deixaram dinheiro para os familiares e rasgaram todos os documentos pessoais.

Arrebatamento é uma profecia bíblica segundo a qual os fiéis seriam resgatados por deus, da terra. Ficariam para trás os não crentes que sofreriam as tribulações da terra: catástrofes naturais, guerras e tormentas. Parece que a turma da seita em Diadema olhou para a situação do Japão, a revolta árabe e decidiu que era chega da hora do arrebatamento. Eu, ein?

A charge do Duke, publicada nos jornais desta segunda-feira é emblemática sobre a crise na Líbia:
A bem da verdade os cidadãos do Vale do Aço também têm suas tribulações. Cassa prefeito daqui, empossa prefeito dali, investiga acolá e a crise se instalada em cada mexida de peças.

De tanto mexer há homem que volta atras em testemunhos e partido de oposição que vira aliado de hora para outra, assim como integrantes "da base" que viram oposição repentinamente.

É o samba do crioulo doido mais atual que nunca nesses tempos modernosos. Parem o avião que eu quero descer. Já que não creio no arrebatamento, procuro uma alternativa para escapar desse "armagedão" terrestre.

Ficarei em São João do Príncipe, bem ali em Iúna, no Espírito Santo, onde não existem relógios, o celular não pega, o telefone é à base de corda de manivela, não ha carros e, ao fim da única rua só se vê uma cachoeira de água límpida e gelada a escorrer dos píncaros do Caparaó.

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