Arquitetura do verde

No começo do século XX, quando o Vale do Rio Doce começou a ser densamente povoado, a mata que cobria a vasta região no Leste de Minas Gerais tombou para ser enfiada, aos pedaços, nos fornos de carvão.

Grande parte dessa riqueza verde ardeu nas caldeiras e virou carvão para abastecer a usina da Belgo Mineira em João Monlevade. Isso até os anos 40.

Depois veio da Companhia de Aços Especiais Itabira (CAEI), transformada posteriormente em Acesita. Aí o verde tombou de vez, tal era a voracidade da siderúrgica.

Foi preciso muita luta para preservar a área onde está hoje o Parque Estadual do Rio Doce, densa remanescente de Mata Altântica, que estende pelos municípios de Dionísio, Marliéria e Timóteo.

O curioso é que os tijolos, que antes eram usados na construção das baterias de fornos para incinerar a madeira e dela tirar o carvão, atualmente enfeitam a arquitetura do que restou da mata Atlântica.

É impressionante a visão que se tem ao redor do Mirante, com a escada de acesso ao topo, a formar as costas e cabeça de um lagarto. O Teiú, ou Tiú, como os nativos o chamam nessa região, infestam o parque. Figura marcante a rastejar por entre as áreas frequentadas pelos ecoturistas, acabou por ser retratado aqui nessa obra de arquitetura.



Nas mãos habilidosas do arquiteto Eólo Maia, os tijos viraram obra de arte, como essa escada que dá acesso, pelos fundos, ao mirante da sede do parque.
Fotos Alex Ferreira

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