Mixaria midiática do século XXI

Acabo de ler, atônito, notícia publicada no blog do Paulo Henrique Amorim, que o jornal Miami Herald aceita doações em seu site  para manter sua versão em papel.

No site, ao fim de cada história você encontra uma oferta de assinatura com desconto de 50% e mais um botão para doar qualquer quantia via cartão de crédito.

Lembro-me que o jornal em que trabalho decidiu fechar o acesso no seu site para nao assinantes porque a venda do impresso despencava. Isso porque o site do jornal trazia, de graça, na internet, todas as matérias do impresso.

Trazia, porque agora só tem resumos das matérias abertas e o leitor, para ter acesso à integra do jornal terá que fazer assinatura, uma mixaria que segundo o departamento comercial vai compensar a queda da venda do jornal em papel.






Lá no blog do Amorim, o leitor "Horridus Bendegó", certamente um pseudônimo, porque a rede tem dessas coisas, de você ser quem você não é, escreveu que antigamente era raro o dia em que se encontrava um jornal para comprar ao fim do dia.

"Hoje, eles estão lá, encalhados a qualquer hora do dia. Sabe porquê? Porque é risível você ler uma manchete sobre um assunto que já até se esgotou no dia anterior nas páginas de sites. Quem vai pagar para ler uma notícia já velha? É o fim de uma era", diz o leitor.

O "professor Cirino" vai além: "As TVs que coloquem as barbas de molho, pois será a nova onda desse tsunami que se chama Internet. E mesmo para se manter na Internet as fontes de informações deverão ser isentas, permitir o contraditório, ouvir o interauta. Ótimos tempos !!!"

O "Santa Maria" ainda complementa: "É porque o Miami Herald é uma porcaria de jornal. Eles apoiam o golpe em Honduras claramente, publicando varias noticias distorcidas. Faz parte do PiG (Partido da Imprensa Golpista) gringo".

Pois entre comentários inteligentes e outros nada relevantes, vindos claramente de quem não tem mesmo o que argumentar, conclui-se que todo anda conectado e a digitar aos montes, ainda que sem se identificar, e a julgar o dono da verdade. Esse é o maior defeito da rede. Mas ela carrega a maior vantagem, de ser ampla, irrestrita e representar um novo nicho de interesse humano.

Comentários

  1. Tem até emissoras do Sistema Globo de Rádio pedindo ajuda via online para se manter. E eu que pensava que somente as seitas evangélicas usavam o rádio para arrecadar dinheiro.

    Paulo Cirilo - Ipatinga

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  2. A coisa anda feia mesmo. As empresas de comunicação só conseguem sobreviver com parcerias. E onde ha parceria não há como fazer jornalismo. A crise vai jogar a instituição mídia no fundo do poço.

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