Contribuintes depenados

Segundo levantamentos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, o brasileiro trabalhou, em 2009, um total de 148 dias só para pagar impostos.

O IBPT contabiliza que o contribuinte (passivo) brasileiro trabalhou até o dia 27 de maio do ano passado para quitar todos os tributos (impostos, taxas e contribuições) exigidos pelos governos federal, estadual e municipal.

A tributação incidente sobre os rendimentos (salários, honorários, etc.) é formada principalmente pelo Imposto de Renda Pessoa Física, pela contribuição previdenciária (INSS, previdências oficiais) e pelas contribuições sindicais.

Além disso, o cidadão paga a tributação sobre o consumo – já inclusa no preço dos produtos e serviços – (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, etc) e também a tributação sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR).

O brasileiro arca ainda com outras tributações, como taxas (limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos) e contribuições como a da iluminação pública.

O que falta ao brasileiro é a devida educação sobre o gasto de seu dinheiro. Muitos sequer conseguem se lembrar que é financiado com o seu trabalho, transformado em impostos, o prédio suntuoso da prefeitura, da câmara municipal, os carrões oficiais, o luxo dos palácios da Justiça, seja desde as comarcas até os tribunais superiores e a farra dos deputados.

Escrevo isso porque cansei de ouvir de entrevistados nas ruas, afirmações como "É dinheiro da prefeitura mesmo", ou "Não é dinheiro meu, é dinheiro do governo". Ou seja, o contribuinte não tem um sentimento de pertencimento em relação à coisa pública. Então fica fácil fazer falcatruas. Até quando o brasileiro deixará de ser um contribuinte passivo? 

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