Inversão de valores

Tem faltado tempo para voltar aqui a cada dia, talvez a cada 12 horas, para relatos sobre os bastidores midiáticos. Impagáveis os fatos cotidianos atuais. Estranhos, no mínimo uma aberração.

Talvez um dos visíveis (ou seriam risíveis?) dos últimos tempos sejam as reportagens monofônicas no rádio e no jornal, os dois mais presentes na comunicação midiática do interior. Reinventaram a  reportagem de uma versão só.

A distorção, por si mesma condenável por qualquer um que pelo menos pense em comunicação social, tornou-se quase uma necesssidade porque há casos em que  o jornalista que procura ouvir o "outro lado" ou os outros lados envolvidos nas questões, acaba tolhido no meio da apuração da pauta.

Assim, começaram a surgir matérias jornalísticas em que só um lado fala. Uma verdadeira distorção que surge como reação a um estado de censura imposto por quem não quer responder nada ou não sabe responder e prefere apelar para a coibição da comunicação, ao invés de abrir debates.

Para isso, os que não querem comunicar em nome da manutenção de uma imagem exclusivamente positiva de seus protegidos lançam mão de comportamentos espúrios, ao condicionar a manutenção dos contratos publicitários à aceitação cega dos atropelos. Como nesse mercado do lucro manda quem pode e obedece quem tem juízo, as coisas se ajeitam da pior forma possível para o povo. O povo é um detalhe. 

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