Eita semana cômica

Ao entregar o que seria a última tafefa do dia, impossível não pensar na semana cômica. Os homens fazem da política um teatro mambembe.

Pena que o ingresso custe tão caro à plateia, na forma de uma carga tributária que beira os 40%, uma das maiores do mundo.

Dia desses conversava com um amigo economista que já andou mundo afora e ele observava que é engraçado como o brasileiro se refere à coisa pública.

Segundo afirma, o brasileiro não tem um sentimento de pertencimento do bem público, as repartições, os serviços públicos, a máquina administrativa, o Judiciário, prefeituras, câmaras municipais e tantas outras são vistas como "coisa dos outros", ou "nunca entrei ali". Em geral o bem público é tratado pelo próprio cidadão como coisa privada.

Certamente está aí a razão do esvaziamento da discussão política e da cobrança das pseudo autoridades sobre o cumprimento de seus deveres. 

Esta deve ser uma das motivações para a má versação e roubalheira que grassa por todos os lados, com o dinheiro público a verter abundante por meios escusos até o bolso de poucos.  E o mais impressionante é que a maioria acha isso "normal".

Cômico, porém, é o movimento que fazem aqueles que buscam as tetas abastadas do poder público. 

É nas mesuras, declarações explosivas, arroubos de seriedade que se escondem os verdadeiros interesses.

Vai um king, aí, doutor?

É nesse contexto que o ilustre Lairto, o conhecido "Bigode", dá uma receita boa: "Vamos andar com óleo de peroba no bolso". 

Não é por acaso que o Brasil, o país dos desdentados,  é o campeão mundial de consumo desse composto. Deve ser usado como loção pós barba por uma gama considerável de gente bem vestida todos os dias.

Comentários

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  2. Cômica, não, senhor. Trágica é o correto. Isso que o senhor fala é triste e não tem graça nenhuma. Deveríamos é chorar diante disso. Uma triste realidade.

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