O Apartheid e o futebol

Mandela, ou Mandiba, como os sulafricanos chamam o ex-presidente ficaria com os cabelos brancos em pé, se escutasse a discussão que eu ouvi esta semana, sobre o futebol na África do Sul.
Depois de comentários obviamente racistas, sobre a capacidade dos africanos do sul em organizar a Copa do Mundo, dois cidadãos travaram um ferrenho apartheid sobre o fato de comércio fechar ou não fechar as portas nos horários dos jogos. Serão dois às 15h30 e um às 11h.

"Fechar o ca... essa negada tem é que trabalhar. Onde já se viu, parar o País para acompanhar futebol?", disparou um dos indigitados. 

"São brasileiros, como nós e temos todos o direito de assistirmos os jogos da nossa seleção", disparou o outro. 

"Nossa? Só se for sua, porque eu nao me sinto..."

E assim seguiu o quiprocó, uma verdadeira segregação e intolerância acerca do velho futebol. 

Também lembrei-me de uma búlgara, que conheci ha uns tempos no extinto ou quase, ICQ, um programa de comunicação instantantânea semelhante ao MSN. Poucos se lembram do ICQ, mas ele era mais eficiente que o MSN, porque permitia procurar pessoas pelo perfil, etc. 

A tal Violina Straburgna, uma professora secundarista da capital búlgara Sofia certa vez me perguntou se no Brasil todos vivíamos perto da floresta e se todos jogávamos futebol. Rsrsr. Bobinha. 

Expliquei que só uma parcela da população gostava de futebol e outra nem dá a mínima , ao ponto de não se importar nem com jogos da Copa. Ela não acreditou. 

Quanto à floresta amazônica disse a  Violina que 90% da população brasileira nunca a viu mais verde, senão pela TV, e aproveitei para mandar um mapa com um traçado mostrando os milhares de quilômetros entre o Sudeste, onde está a maioria da população e o Norte, onde fica a selva. Ela custou, mas depois acreditou. Ufa !.

Mas o fato é que a gostar ou não de futebol, toda a  produção  do País  vai parar nos dias dos jogos. Vamos lá ver. Seremos patriotas pelo menos uma vez, já que de  Tiradentes ninguém se lembra.

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