Lia na tarde de domingo, notícias da eleição do presidente colombiano, Juan Manuel Santos. A Colômbia é nossovizinholatinoamericano sobre o qual, dos nossos “recuerdos”, sobressaem-se o terrorismo da luta dos guerrilheiros das Farcs, do narcotráfico, etc. Masfalarem Colômbia é pensartambémem Gabriel García Márquez. E aqui vamos nosdeterem uma resenha, rasa, admito.
Pensarem García Marquez é lembrar de obrascomo “O Amor dos Tempos do Cólera”, umromance visceral. Corri à estante e me lembrei que há algunsanos emprestei o livroque queria releragora. Quando li essa obra parei parameperguntar o que estava fazia no mundo.
A história narra a saga de Florentino Ariza, umtelegrafista e depoisumempresário de sucessoque dedica suavidainteira a obter o amor da inalcançável Fermina Daza. Entretanto, suaobstinaçãoemconquistar a amadanão impede queele amenize suasolidãocom todas as outras mulheres do mundo. Em 54 anos, 7 meses e 11 dias de esperança, ele contou 622 mulheresemseusbraços numa buscaobstinada, e emvão, parasuperar o amor de Fermina, proibidopelopai da moça, umtropeiroque lutava paraque a filha fosse uma mulher da altasociedade.
Mas essa não é uma história de amorclássica, como pode pareceresseresumotãorasoque fiz acima. A intensidadecomque o autor destrincha os sentimentos de seuspersonagens é algoquesóquem leu consegue dimensionar.
Reprodução: Personagens se encontram no fim da vida em "O Amor dos Tempos do Cólera"
Sem o livro na estante do escritório corro para a sala. Na estanteencontroum
DVD com a adaptação da obrapara o cinema. O filme é outra obra de arte. Até a fogueteira pop Shakira fica bem na interpretação de “Pienso em ti”. Alías, a trilhasonora, todalatina, é umshow à parte na obracinematográfica. Adaptações são umproblemaconstante de grandesobras literárias. Atéhojenão tive coragem de procurar o filmeCrime e Castigo, temeroso de perder o encantamentoque tenho pelolivro de Dostoiévski.
Já na adaptação de O Amor dos Tempos do Cólera, o diretor Mike Newell fez uma transposição competente da obra de García Marquez. O fim da tarde de domingo, debaixo dos lençóis foi ummomento de rever a atuaçãobrilhante de Javier Bardem e Fernanda Montenegro, que interpreta a mãe do personagem. Tenho gostado muito de cinemalatinoamericano, principalmentedepois de “O segredo de teusolhos”.
Na autobiografia "Viver para contar, Garcia Marquez revela que o livro "O amor nos tempos do cólera" era tão somente a narrativa da história de amor de seus próprios pais...
O livro de Marquez e a película de Newell são finíssimos
ResponderExcluirNa autobiografia "Viver para contar, Garcia Marquez revela que o livro "O amor nos tempos do cólera" era tão somente a narrativa da história de amor de seus próprios pais...
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