E se o Brasil tivesse ganhado a copa?

Pregaram de cabeça para baixo numa cruz aquela figura esquisita do Dunga. Só porque a seleção que ele levou para disputar o campeonato mundial de futebol não deu conta de vencer os adversários.

Se tivesse conquistado a taça seria tratado como mais um herói. Assim como o foram outros brasileiros muito pouco merecedores de tal.

Não é preciso ser entendor de futebol para saber que a seleção de 2010 era ruim.  Se bem que mesmo com outras seleções ruins o Brasil já venceu a copa  diante de  adversários  piores ainda.

É risível a tentativa antropológica de alguns poucos brasileiros em transformar em chacota os vizinhos argentinos. É como se fossemos rotos escorados em muletas a rir deles, igualmente rotos, ou não.  Argentinos leem mais do  brasileiros, são mais cultos. A diferença é que o país deles não é tão rico quanto o Brasil. Digo país, porque lá, como cá, a riqueza está concentrada nas mãos de uma minoria.

Mas a retomar a ideia sobre heróis no Brasil, quem tem competência para tratar do assunto é, sem dúvida, o modernista Mário de Andrade. 

Já nos idos de 1928, o escritor tratou bem desse aspecto  em "Macunaíma, o herói sem nenhum caráter".

Em uma entrevista concedida à época, Mário interfere na definição do povo representado pelo herói e, baseado em teorias históricas da formação da civilização, o autor define em suas próprias palavras:

“O que me interessou por Macunaíma foi incontestavelmente a preocupação em que vivo de trabalhar e descobrir o mais que possa a entidade nacional dos brasileiros. Ora, depois de pelejar muito verifiquei uma coisa que parece certa: o brasileiro não tem caráter. (...) e com a palavra caráter não determino apenas uma realidade moral não em vez entendo a entidade psíquica permanente, se manifestando por tudo, nos costumes, na ação exterior no sentimento na língua da História da andadura, tanto no bem como no mal"

É curioso esse entendimento do modernista já em 1928, porque passadas mais de 8 décadas desse estudo, a degradação ampliou-se a niveis estratosféricos. Se antes Macunaíma era um heroi que saía de lendas indígenas os heróis de hoje são verdadeiras antas alçadas ao posto ancoradas na ignorância da plebe.

Assim, não há que se crucificar o carrancudo Dunga. Tampouco zombar do fanfarrão Dom Dieguito. Deixemos isso para os manipuladores da massa. 

Reprodução: Imagem do filme "Macunaima"

Comentários

  1. Macunaima é um tratado de antropologia de nos brasileiros. Tenso !

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  2. e lembrando que ele veio de uma lenda indígena, surrupiada pelo autor Mário de Andrade, um plágioooooo.

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