Com a calculadora na mão, o extrato da conta bancária de lado e um pequeno amontoado de contas a pagar neste começo de mês, que o vento insistia em carregar da mesa, ouço o telefone, insistente, chamar lá na sala.
Era alguém que me ligava bem cedo na sexta-feira, certamente a procura de alguma informação, um convite, um parente distante, o filho com alguma emergência, a mulher com um pedido qualquer ou um amigo saudoso.
Antes de me levantar ainda me lembro dos R$ 125 que teria de pagar da conta de telefone. Nessa conta são cobrados absurdos 25% de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, uma das maiores taxas do País.
Na conta de energia o total de encargos é maior ainda, incríveis 36,28% do valor efetivamente consumido. Ou seja, dos R$ 110 da conta, eu gastei mesmo apenas R$ 69 de energia. O resto é imposto.
Pois lembrando disso caminho apressadamente até a sala, pego o telefone e do outro lado alguém diz “oi”.
Eu, educadamente respondo “oi” também. Segundos depois, do outro lado alguém que conheço bem, cuja voz é inconfundível começa a falar cadenciadamente. “Eu sou Aécio Neves e estou te ligando para te pedir o seu voto, pois tenho a certeza que...”
Pasmo, revoltado, por ter sido feito de idiota, ao responder a uma gravação, esperei alguns segundos ainda até lembrar que me livrar desse incômodo era muito fácil, só colocar de volta o telefone na base.
Raios triplos partam a cabeça do biltre que teve a ideia de colocar político para fazer campanha por telefone.
Até tu, Alexi, caiu nesta? A reclamação geral é esta: propaganda eleitoral por telefone é um porre. Esta, que categoricamente faz uma pausa após o "Oi", ainda nos faz de bobos! E ainda tem muita gente que vai votar neste sujeito, mesmo sem saber que papel ele vai desempenhar no Senado!!!
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