Relações do poder e o povo

Pelo email profissional onde chega diariamente uma profusão de lixo, coisas importantes ou nada convenientes, eis que extraio uma crônica do leitor Francisco de Sales Assis. A redenção da incursão de fim de noite na rede. Segue abaixo a íntegra do texto. É para uma reflexão neste fim de semana:

Aí chegou o juiz do Superior Tribunal não sei das quantas e disse ao fraco: - “Faremos justiça”. Baixando a voz sussurrou ao poderoso: - “Faremos ajuste”. Ao fraco acrescentou:

-“A lei alegada será cumprida”. Ao poderoso disse a meia voz: -“A lei alargada será comprida”. Diante do veredito e dos jurados disse ao fraco: -“Todo mundo aquiesceu. Foi a justiça que se pronunciou”. Ao poderoso disse num murmúrio:

-“Todo mundo aqui é seu.  Foi o ajuste que se prenunciou”. Ao fraco disse em alta voz: -“A lei é dura, mas é lei. Virando-se disse ao poderoso: -“A lei não dura mais além”.



Diante dos fatos o fraco saiu cabisbaixo acreditando no conto da justiça. O poderoso saiu de cabeça erguida creditando na conta da justiça. Tudo isso seria mera ficção se não tivessem os romanos descoberto, há muitos anos, que justiça é “dar a cada um o que é seu”. Ah! Bom! Eu dou o que é meu, você dá o que é seu e ninguém nos dá o que é nosso.

Crônica do Dia a Dia. Autor: Xicão

"Retirantes - Portinari" - Uma relação do povo sem poder

Comentários

  1. Boa mesmo. a recriação dessa fala do representante do tribunal superior é mesmo uma bem pensada representação do real, valeu sr. Alexis.

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