Sortidos e secos

Ao acompanhar no começo dessa semana grupo de empresários de Ipatinga na feira Rio Oil & Gas Expo and Conference, principal evento de Petróleo e Gás da América Latina, o segundo maior do Mundo, no Riocentro, restaram alguns aprendizados.


O primeiro deles é rever o Rio de Janeiro depois de uns 16 anos sem passar por lá. Ao mesmo tempo em que tudo parece estar no lugar, o Cristo, o Bondinho, a Marquês, o Canecão, a Ponte, a Baia de Guanabara, a Lagoa, as praias, as mulheres, no fundo muita coisa mudou.

Os viadutos, construídos para escoar o tráfego sobre as favelas, no caso as linhas Vermelha (BR-116/Centro) e a Amarela (Barra-Centro), percorrem quilômetros a uns 15 metros do chão.

Prédios futuristas incorporaram-se ao tradicional de lugares como o Aterro do Flamento e a Lapa. Ao lado do Copacabana Palace emergem arranha-céus igualmente modernos, capazes de fazer parecer um mausoléu o símbolo da aristocracia fluminense.


E a pivetada dos tais arrastões pelas ruas? Só na televisão e na periferia. Nos grandes centros a pressa de quem vai ou sai para o trabalho engole a marginalidade. O lugar está fervendo de empregos milionários. Um soldador, qualificado em três meses de curso pode chegar a salários de R$ 3 mil/mês. O perigo maior mesmo é para os ricaços. Esses só andam com seguranças. Ou passam de helicóptero.
Desenvolvido para embarcações ele só gera 2.500 cavalos de potência

Na feira, mais aprendizado. Mais de 80% dos espaços dos expositores do setor de óleo e gás foram ocupados por estrangeiros. O mundo inteiro redescobriu o Brasil. E a causa é o petróleo. Atraídos por investimentos de US$ 200 bilhões só da estatal Petrobrás, fora os investimentos privados, o mundo quer vender ao Brasil a tecnologia que o País não estimulou nas últimas décadas.

O ataque chinês

Merece um tópico especial nesse minifúndio cibernético um verdadeiro ataque chinês, na feira Rio Oil & Gas Expo and Conference. Eles atravessaram o globo e vieram expor no Brasil sua tecnologia. Vendem de agulha a broca para perfurar agulha. Se você quiser a pua para fazer a rosca no interior do furo dessa agulha eles também te vendem. “Se non tivera mandemos fazerá, ne?”, diz um carrancudo jovem chinês.

Eles não montaram um estande, como fizeram os alemães, dinamarqueses, franceses e suecos. Compraram um corredor inteiro do pavilhão II onde se expunham tecnologias offshore (exploração de petróleo no mar).

Chama a atenção também a diferença cultural. Nos estandes brasileiros e das empresas europeias havia música (chorinho, voz e violão, sax, coquetéis, água gelada, garçons, mulheres selecionadas “top de linha”, disse um amigo boquiaberto (algumas estavam seminunas. Outras com vestidos e saias tão apertadas ou curtas que se permitia ver até onde a vista alcança). Já nos estandes chineses não havia nem água. Só davam catálogos. Secos, sortidos e carrancudos eles ganham o mundo enquanto nós, ocidentais, nos farfalhamos.

Comentários

  1. "Eu tenho tanto, pra lhe falar, mas é que aqui, não posso escrever. Como é grande a minha vontade de contar umas coisas procêeeeeeeee"... Ai ai!!!

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  2. Nessa da tecnologia dos 2 mil e tantos cavalos não sei o que é melhor, os cavalos do motor ou a cavala que olha o motor, francamente.

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  3. É melhor ler isso do que ser analfabeta!

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  4. O Marcele. Ambibuidade total nessa aí. "Isso" refere-se ao texto sobre a feira ou ao comentário do colega acima? Dá para clarificar?

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