A consolidação da mentira das urnas

Entre os deputados mais votados, em âmbito estadual e federal, a maioria só conseguiu alcançar o coeficiente necessário de votos na base de investimento grande, profissional, em marketing. O que é isso senão uma velada compra de votos? 

Ria todas as vezes que ouvia no rádio domingo os reporteres e apresentadores a repetir a cantilena: "viva o voto, viva a democracia", ou repetiam o tempo todo o termo "festa da democracia". Que democracia o quê, meu irmão. É festa do dinheiro e na maioria das vezes dinheiro público, porque doador de campanha está de olho é no cofre mantido com os impostos que urramos para pagar.

Não que isso seja novidade, diria Maurício Dias, o intrépido autor de "A mentira das urnas", crônica sobre corrupção e compra de votos no Brasil desde a era de Getúlio Vargas (1934) até Lula (2002).

O que se viu em 2010 foi  o gasto de um dinheiro em montante que nem se um deputado trabalhasse por 25 anos consecutivos conseguiria de volta em salários. Mas quem disse que político está atrás de vencimentos? O alvo é mais palpável.

Foto: Wôlmer Ezequiel - O eleitor foi às urnas cedo, cumprir seu dever cívico e atender, assim, a uma hipocrisia sem limites

Mais interessante ainda é no dia pós-eleição ver artistas, atletas e famosos - justamente eles - a protestar contra a eleição do Tiririca. O global Walcyr Carrasco por exemplo, disse que "muita gente votou no Tiririca como voto de protesto. Ou piada. Esqueceram que ele vai eleger outros com ele".

Ainda segundo Carrasco, o fato do Tiririca ter ganho mostra que é preciso uma reforma política, com mudanças nas regras para a eleição.

Logo esse povo que enche as burras de dinheiro, moram na Zona Sul do Rio e dão uma banana pro povão me vêm falar dessa infeliz eleição do palhaço. Antes da urna eletrônica outros bichos já tinham ganhado a eleição.

Teve um fictício Dr. Asfalto, que ganhou disparado para deputado estadual na Zona da Mata mineira na eleição de 1992. Quando o eleitor podia escrever o nome na cédula de votação o povo protestava com um candidato fictício. Justamente agora que o meio eletrônico acabou com o voto em papel, um personagem igualmente surreal materializa-se na figura de Tiririca.

Só resta nesse fechamento repetir o velho e surrado bordão: "Pare o mundo que eu quero descer!"

Comentários

  1. "Espada de Thundera, dê-me a amnésia além do alcance"!!! ÔOOOoooooooooooooooooooooooo!!!
    Sabia que um dia cê ia contrariar a aluna pipocante, da visita ao jornal, que não queria parar nunca!!! Sabia! Sabia!

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