A realidade diante de algo absolutamente insanável

Dizem que somente a partir dos onze anos a criança tem noção exata da dimensão da morte.

A psicóloga Rosângela Martins explica em sua página na internet que a criança não tem a mesma visão da morte que tem o adulto. “A criança associa a morte ao medo de ficar só, ir para um lugar estranho, separar-se de pessoas e coisas que gosta”, explica.

Ainda segundo a psicóloga, a criança entende a morte por meio da reação dos adultos. “Neles vê que angustiados, e perturbados, algo horrível está para acontecer”.

Hoje vi uma imagem que contradiz esse entendimento da profissional, também uma corrente de pensamento pacificada entre nós, adultos.

Trata-se do olhar do pequeno João Marcos, filho de Mara Helena de Castro, professora da Apae, uma das vítimas do acidente no Norte de Minas, no fim de semana.

No ombro do pai o menino de aproximadamente dois anos parece compreender exatamente o que se passa, ao fim do velório no ginásio poliesportivo de onde saia o caixão com o corpo de sua mãe.

No fim de semana a cobertura da tragédia (que termo modorrento) revelou imagens fortes, mas comuns, do ônibus destroçado às margens do rio Araçuaí, mas ver o menino com olhos e rosto molhados, foi de partir o coração turrão.

A Giza, colega jornalista que esteve no local olhava para a foto indicada pelo fotógrafo Wôlmer Ezequiel e ainda lembrou-se: “Ele chamada mamãe o tempo todo”.



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