Lá vai a notícia

Criticar o que os outros fazem e as vezes nãos ser crítico consigo mesmo é inerente à condição humana.

Conheço pessoas tão críticas que são capazes de não gostarem nem do que elas mesmas fazem. Isso quando não são daquelas, vorazes em relação ao que os outros fazem, mas narcisistas com seus próprios feitos.

Esse introdutório na verdade é para falar da quantidade de pessoas que morrem diariamente em motos, no trânsito.

Vão continuar morrendo porque pilotam como se as ruas fossem só delas. Tente pedir uma gentileza a um motociclista no trânsito e verás o que é um ser egoísta.

Muitos ainda pensam que suas buzinas de grilo são capazes de resolver alguma coisa, quando um leve esbarrão de um Fusca, que seja, é capaz de jogá-los fatalmente ao chão.

Dia desses trafegava pela BR-381 de Governador Valadares para Ipatinga. Chovia muito no fim de tarde e a visibilidade estava prejudicada. Contei pelo menos cinco motociclistas, em veículos de baixa cilindrada, trafegando com passageiros na garupa sentido Ipatinga. Pior, disputam espaços com carros.

Mas é bom para as fábricas de motos, que as vendem a prazos, com preços de centavos por dia.

Bom também para as funerárias, que faturam alto. Ruim para o jornalista que precisa todo dia correr aos locais dos acidentes para uma foto e registrar o fato. Não raro é preciso ir ao IML, onde sempre se encontra um familiar choroso. Muitos parentes até admitem: “Já esperava que isso acontecesse”.

Leio nota da associação do segmento dizendo que “crescem as vendas de motos no segundo semestre”, eu cá, matuto que o quadro só vai piorar.

Portanto, quando vejo um motociclista a fazer malabarismos sobre duas rodas no trânsito sempre penso: “Lá vai uma notícia”.

Comentários

  1. Sempre pensei algo sobre este tipo de condutor: do jeito que costuram seus veículos de duas rodas pelos outros de quatro, não devem ter pai, mãe ou sequer uma plantinha para regar em casa! Haja falta de amor pela vida!

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