Dia desses conversava com a amiga Marcele sobre o tema e, eis que agora, nos chega o resultado de uma pesquisa que lança luz, com ares científicos, sobre o assunto.
Uma pesquisa inédita mede o grau de intolerância da população a determinados grupos sociais. "Brasileiro tem mais aversão a ateu do que a usuário de droga", diz a manchete da publicação. Quis saber por que.
Em miúdos, fumar crack, cheirar cocaína, sustentar o tráfico e o crime organizado é mais tolerável do que duvidar da existência de Deus. Ou do Diabo. Segue abaixo o texto publicado pelo "O Tempo" desta quarta-feira (24).
Em miúdos, fumar crack, cheirar cocaína, sustentar o tráfico e o crime organizado é mais tolerável do que duvidar da existência de Deus. Ou do Diabo. Segue abaixo o texto publicado pelo "O Tempo" desta quarta-feira (24).
De ofensas contra nordestinos no Twitter até agressões homofóbicas em plena luz do dia e em praça pública, histórias de preconceito são, infelizmente, muito comuns nos jornais do país. Agora, uma pesquisa de opinião realizada pela Fundação Perseu Abramo em 150 municípios - inclusive em Belo Horizonte - mostra em números o preconceito admitido pela população.
E não falamos apenas de cor da pele ou opção sexual: o levantamento indica que o brasileiro prefere, por exemplo, relacionar-se com um usuário de drogas a conviver com um ateu. O estudo constatou que, das pessoas consultadas, 17% afirmaram ter repulsa/ódio aos descrentes em Deus, 25% declararam antipatia e 29%, indiferença.No item antipatia, os usuários de drogas aparecem com um ponto percentual a menos (24%).
Já à pergunta sobre quais as pessoas que menos gostam de encontrar, 35% responderam que são os usuários de drogas, seguidos pelos descrentes em Deus (26%).
O elevado grau de repulsa aos dependentes químicos, na pesquisa, não chega a surpreender, porque são considerados pelo senso comum como geradores de problemas na família e na sociedade e, por isso, estão na pauta da mídia. A repulsa aos ateus surpreende porque, em contraposição aos usuários de drogas, eles não causam problemas, são discretos e não existem para a imprensa.
As possíveis explicações para a rejeição passam pelo fato de os ateus continuarem sendo vistos como pessoas não confiáveis, embora nos últimos anos tenha se ampliado o discurso pela tolerância, religiosa ou não.
Apenas 5% dos entrevistados declararam ter repulsa/ódio às pessoas muito religiosas. Mas, curiosamente, o percentual de antipatia é alto (17%).
A Fundação Perseu Abramo realizou a pesquisa em parceria com a ONG alemã Rosa Luxemburg Stiftung com o objetivo de levantar dados sobre a intolerância sexual. Em junho de 2008, foram ouvidas 2.014 pessoas acima de 16 anos de 150 municípios do Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. Os resultados estão sendo divulgados ao longo de 2009 e 2010.
Sobre os ateus brasileiros, há carência de dados. Pelo IBGE, eles são em torno de 2% da população, mas o índice pode ser maior porque os descrentes não gostam de se revelar, e é fácil entender por que diante dessa pesquisa.
Sem preconceito, o jornal O Tempo cometeu um pequeno equívoco no texto. Não existe "opção sexual". O termo correto é "orientação sexual". A explicação é simples: você experimentou homem e mulher e "optou" pelo que melhor lhe apetecia sexualmente? Então, é "orientação" porque não há escolha!
ResponderExcluirNo mais, a pesquisa é curiosa e causa preguiça! Onde já se viu não tolerar diferença de crença ou de descrença!
Pois é. Esse é um conceito novo, constante de uma recente cartilha de verbetes do mundo GLBTS. Não há um erro semântico na frase, mas um erro conceitual. Para o autor desse minifúndio cibernético é semelhante ao caso do termo "menor" para ser substituido por jovem ou adolescente nos textos jornalísticos.
ResponderExcluir