Arapongas, grampos e traíras

Noutro dia recebi, no fim da manhã, o telefonema de um conhecido, um amigo com quem a relação não passa de recíprocos predicados profissionais. Era para dizer que uma importante repartição estava por entrar de recesso e trocamos outras breves impressões acerca de assuntos delicados, que envolvem gente poderosa, grandes empresas, etc.

Curiosamente no mesmo dia fui interpelado por outra pessoa, acerca de assuntos parecidos com os tratados pela manhã pelo telefone com o amigo. Coincidência? Um mero acaso?

Nem em São José dos Batatais se encontram pessoas inocentes o suficiente para acreditar que a conversa entre o autor desse minifúndio e a autoridade nao vazou, ou foi rastreada e escutada por ouvidos obuscuros e crimunosos.

Que vazou, isso sabemos que ocorreu. Seja por grampo telefônico, seja por meio da trairagem de algum funcionário da tal repartição que tenha testemunhado a conversa, alguém mais ouviu. Eu, do outro lado da linha, estava a sós.

Pois vejam, caros amigos, que além de censuras também estamos sujeitos a espionagens? Pare o avião que eu vou descer em Pasárgada, lá sou amigo do rei e não há censura de falsos príncipes. Maquiavel era um pobre inocente, diante de tanta gente esperta do século XXI.

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