Disputar o que mesmo?

Dia desses amigos jornalistas vieram me cobrar porque eu não tenho twitter. Aliás, tenho um que não acesso nem abasteço. Não tenho tempo para "ir na onda". Eu expliquei aos colegas que depois do Orkut, MSN, telefone celular e esse blog, meu minifúndio cibernético, não preciso de mais uma parafernália para atazanar a minha vida.

Pasmado, li recentemente uma notícia (vejam que esse assunto já vira notícia) sobre a disputa entre o Marcelo Tass, apresentador do CQC e o Luciano Huck, apresentador da rede bobo de tv. O assunto era a troca de farpas dos dois no twitter.

Chama a atenção o comentário de um leitor: "Eu nunca acessei o twitter nao tenho msn e nem orkut as pessoas estao usando esses entretenimentos como se fosse uma seita de fanatismo". E estão mesmo.

E já que não podemos falar sobre as verdades do mundo, pois segundo os novos comandantes "elas não mudam o mundo", vamos noticiar sobre a vaca no telhado. Essa notícia foi uma das mais badaladas da semana passada. É mais fácil debater sobre a vaca do que sobre os salários milionários e agora devidamente "engordados" dos deputados.

É mais fácil falar de jacarés, biguás, quatis obesos, cajus no parque, papai noel da brasília do que falar das mutretas, desonestidades, roubalheira da coisa pública, desvios de conduta de quem deveria representar interesses coletivos. 

Calar-se, omitir-se, ignorar o seu papel social é a pior das escolhas que um homem pode fazer. Ela tira o sono e deixa uma dívida incomodante com a história. Curiosamente, o século XXI, a era da comunicação é justamente o momento em que trazem de volta conceitos da idade média: censura e o obscurantismo.

Pare o mundo que eu quero descer. Vou parar na lagoa mais próxima nesta manhã de domingo e tomar suco de maracujá, que é para acalmar os nervos e respirar ar puro.


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