Voltamos à Idade Média?

Passava por uma rua do bairro Iguaçu e observei três trabalhadores de uma empresa de segurança e monitoramento eletrônico a trabalharem apressados. Tinham acabado de instalar cercas elétricas e câmeras em uma casa.
 
Um falava com o outro que queria ir embora rápido, pois “estava derretendo”. Certamente disse isso em função do calor senegalês deste começo de verão em Ipatinga.
 
Lembrei-me da cena porque no fim de semana lia uma informação segundo a qual o IBGE constatou em pesquisa que mais de 70% dos brasileiros se sentem seguros dentro de suas casas, protegidas por grades, cercas, equipamentos eletrônicos e outras gambiarras.
 
O meu amigo Erlon, morador do Iguaçu, certamente não pensa o mesmo, pois na sexta-feira contou-me que sua casa foi “visitada” por ladrões pela terceira vez em 2010, embora a casa tenha alguns mecanismos, inclusive alarme.
 
E, pela manhã, ouço na Rádio Vale do Aço o psicólogo Chaquib Raydan afirmar sobre o tema da pesquisa do IBGE que a sociedade do século XXI está prisioneira dentro de seus lares, da mesma forma que na Idade Média, as pessoas enclausuraram-se dentro de castelos protegidos por muralhas e guardas, tal era o clima de insegurança, ataques e assaltos. Concordo.

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