Bendita tecnologia falha

Na pressa de sair de férias, na última semana de janeiro, esqueci-me de deixar um derradeiro texto aqui no minifúndio cibernético. Peço desculpas aos amigos que aqui vieram e encontraram a página sem atualização e o devido aviso de fechado para balanço.
Afinal, 365 dias dá para arrebentar qualquer esforçado. É preciso parar um pouco. Ou não. Melhor é sair da rotina e fazer o que está fora dos fatos diversos e variados do dia a dia.
Com tanta parafernália a bordo, de GPs, smartphone a 3G, passando por computador conectável a qualquer coisa, pensava que de qualquer ponto que estivesse conseguiria “subir” grandes fotos, filmes e relatos ao fim de dias aventureiros.
Ledo engano. O lugar para onde fui além de ter ficado boa parte dos dias anteriores sem energia elétrica, obrigando-nos a apelar para antigos geradores movidos a motores estacionários a diesel, dos “tempos do onça”, os sinais de conexão com a rede simplesmente não existem. Com ou sem energia só dava “connection impossible”, “no network”. O GPS até funcionou, pois a fonte era a bateria do meio de transporte e o sinal vem do espaço. Mas também não precisava dele, pois mais confio no velho mapa de papel e na convera com o vendedor de bodega de beira de estrada.
Mas não tem problema não. Ainda bem que não tinha recurso e eu virei índio por alguns dias. Somente agora, em uma civilização um pouco mais avançada consegui uma conexão. A 7 kb/s, diga-se. A bem da verdade essa situação deve nos fazer lembrar que daqui até a Copa, aquela enganação do impagável Molusco, teremos que avançar muito. Será muito engraçado se algum jornalista vier pelos rincões afora afim de mostrar as belezas do lugar e descobrir que em poucas horas de viagem volta-se à idade da pedra lascada no Brasil.
Mas em troca tem o azul do céu incomparável, a água verde esmeralda, o vento, a água de coco como única fonte de hidradação e o camarão apanhado na pequena rede portátil, em quantidade suficiente para o almoço do dia. Concluo que não tenho um óculos retrô nem um belo discurso afiado em seminário, mas asseguro que faço sucesso também. E não é marketing pessoal não. É a inspiração de uma tarde quente refrescada pela brisa. Esse minifúndio permanece fechado para balanço pelo menos até dia 8.   

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