O velho patrulhamento

Não é só na roça, digo, no interior desse "Brasilzão de que deu Deus" que o tacão da censura, patrulhamento e ação de assessores boquirrotos incomodam aqueles que querem manter um pacto com a verdade, contra a mentira que tentam plantar aqueles que se locupletam e se esquecem até do seu passado. Outros nem passado tem, pois já foram parar nas hostes mantidas com o dinheiro público sem nunca ter visto ou vivido de perto a rudeza cotidiana das cidades, a pobreza e a carência do povo. O povo é só um detalhe para eles, pois o que interessa são projetos de interesse pessoal, apenas.

Eis que me chega pelo email texto publicado no Comunique-se.com, com um teor que nos leva a pensar que a coisa anda mais complicada do que se parece. Estamos no limiar daquela situação em que o anômalo, o ilegal, o irregular são aceitáveis com normalidade:


Reprodução
Financial Times chama Folha de “mal-humorada” por retirar blog paródia do ar

O jornal Financial Times publicou em seu blog Beyond Brics um artigo sobre a disputa judicial entre a Folha de S.Paulo e o blog paródia, Falha de S. Paulo, que satirizava o jornal. O texto, assinado por Andrew Downie, chama a Folha de “mal-humorada” e diz que a liminar que retirou o blog do ar causa dano à reputação do veículo, “como uma das forças progressistas no jornalismo brasileiro”.

O artigo destaca que “ao invés de rir de si mesmo ou ignorar a paródia, o jornal mais vendido do Brasil obteve uma liminar ordenando os irmãos a fechar o site”.

Em resposta ao jornal britânico, a Folha disse que “não se opõe à sátira e não tem intenção de impor obstáculos ao conteúdo do blog”, mas contesta o uso indevido da marca, usada na sátira.

Antes do Financial Times, o criador do WikiLeaks, Julian Assange, e a organização Repórteres Sem Fronteiras defenderam a liberação do blog.

Os irmãos Mário e Lino Bocchini, autores do blog, tentaram derrubar a liminar na Justiça, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Os blogueiros já entregaram sua defesa contra o processo da Folha e afirmam que pretendem provar que não houve uso indevido da marca.


O leitor, Edson Pereira Filho, não se conteve. Escreveu um comentário lembrando que ontem receitas de bolo cobriam o buraco deixado pelo tacão da Ditadura Militar. Hoje, A Folha vai aos tribunais para defender a censura contra quem gosta de fazer piada e satirizar. Será que a carapuça serviu?


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