Onde vão mesmo com tanta pressa?

"Ando devagar, porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais" ... "Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente". Essas estrofes de Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira me fazem lembrar da fúria sobre rodas que tomou conta de alguns motoristas por essas estradas afora.

Neste contexto, não hesitei em perguntar a uma instrutora de centro de formação de condutores, em recente entrevista, se nas autoescolas da atualidade não ensinam-se práticas de boas maneiras. A instrutora me olhou de forma desolada e concluiu: - Ensinar, ensinamos. O problema é que educação vem de berço". Segue abaixo excerto do texto publicado:

Falta gentileza no trânsito


Andar pelo trânsito, principalmente de Ipatinga, é ficar à mercê da absoluta falta de gentileza de muitos motoristas. A solidariedade, a preferência e atos educados parecem ter sido esquecidos por muitos. Obediência à faixa de pedestres é uma raridade, e o avanço de sinal vermelho, para alguns, é uma prática rotineira e de impunidade certa. Parar para que um motorista dê a ré e saia de um estacionamento 45 graus? Nem pensar.

Na avenida Altina Gonçalves, no bairro Iguaçu, a maioria dos motoristas acelera quando percebe que alguém vai sair do estacionamento, quando o correto seria parar e esperar o condutor concluir a saída. Mas de onde vem tanta falta de educação e gentileza?

Para a instrutora de autoescola Edna Dias Santos Franco, não é por falta de ensinamentos que a situação chegou a esse nível. “Pelo menos no trabalho que fazemos pregamos o tempo todo o respeito ao pedestre e às regras de circulação”, assinalou.

Edna disse entender que os cursos de formação de condutores devem ensinar e formar motoristas, mas educar é uma questão mais complexa. “Sempre falo que a educação vem de berço, ou seja, de casa. Quando você encontra nas autoescolas pessoas que trazem educação de sua família, a legislação de trânsito é melhor assimilada e dali saem bons condutores. Mas tem alguns que infelizmente geram essa situação que testemunhamos no dia a dia do nosso trânsito”, avalia.

Para Edna Dias, a falta de gentileza no trânsito é uma questão cultural. Entre as possibilidades para a solução a instrutora defende uma divulgação maior das campanhas educativas. “As pessoas precisam saber que precisam sair de casa para os compromissos com um tempo maior, evitando assim a correria. E respeitar o outro que está na via. O outro não tem culpa se a pessoa está atrasada”, concluiu.

Edna considera um desafio ensinar 
boa conduta no trânsito para quem
não traz "educaçao do berço"

Comentários

  1. Obrigado ao "professeur" Senna pela correção dos inaceitáveis 'exitei" e 'auto escola'. Como diria o Nivaldo, "olha garoto, escrever é uma arte que exige conhecimento, concentração e intimidade com o vernáculo". Na verdade, nada que uma boa revisão não resolva antes de postar. Verdade seja dita.

    ResponderExcluir

Postar um comentário