Incrível. Apesar de tudo o que fazem com nosso Brasil, da corruptância daqueles que se locupletam, ao resgate de velhas mazelas "censuritórias", ainda nos arrepiam certas imagens.
Foto: Alex Ferreira
Então, para o fim de semana que chega, vai a letra do nosso verdadeiro Hino Nacional. Com a palavra o senhor Ary Barroso:
Aquarela do Brasil
Ary Barroso
Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô, Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do serrado
Bota o rei congo no congado
Canta de novo, trovador
À merencória luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Esse coqueiro que dá côco
É onde amarro a minha rêde
Nas noites claras de luar
Ô, essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Ô, esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Brasil, samba que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
O mestre Ary é de um tempo em que dava orgulho falar em música brasileira. Falou certo, caro jornalista, quando referiu-se a essa MÚSICA como um hino. Ela é bem mais a nossa cara do que aquele escrito bravateiro e cheio de interesses do Joaquim Osório Duque Estrada, embora a música de Francisco Manuel da Silva, que copõe o Hino Nacional seja bem feita, com andamento e cadenciamento clássicos muito bons, segundo um maestro relatou-me certa vez. Mas de Ary Barroso até nossos dias, a música brasileira caiu numa podridão de dár dó. Da égua pocotó, tigrão quer dançar, cerol na mão, passando pela repetição de frases do axé até a mediocridade breganeja amargamos um longo período improdutivo da nossa música.
ResponderExcluirÉ mesmo podre a música dos tempos atuais, pelo menos a música que faz sucesso. Paulo A.
ResponderExcluir