O tempo turbulento de uma sexta-feira de maio, cheia de expectativas sobre projetos, é um ímã para coisas estranhas.
Depois das agruras do dia, a noite chega com a redação já a fechar o buteco, por assim dizer e o ramal chama ali na mesa de trabalho.
- Alô?
- Alou, é de onde?
- Da redação do jornal
- Pensei que fosse do comando central.
- Comando central? Não, você ligou no lugar errado.
- Mas aqui, e os assassinos que me assassinaram na semana passada?
- Ein?
- Os assassinos. Eles estão por todo lado e quero fazer uma denúncia.
Pensei que era um trote. Alguém sem serviço, sem namorada, sem mulher, querendo encher o saco e arrumar o que fazer numa sexta-feira.
- Ô meu prezado, o que você quer mesmo?
- Contar minha história.
- Ah sei.
- Sabe nada. Por exemplo, onde você estava quando me sequestraram?
- Te sequestraram? – indaguei para ganhar tempo suficiente para um esculacho no maluco.
- Quero que saibam todos que fui sequestrado, fizeram uma cirurgia em mim. Tiraram o meu cérebro e transplantaram em outra pessoa. Tanto que agora não sei se sou eu mesmo ou o meu cérebro quem fala contigo.
- Aqui, meu prezado. Onde te encontro para nós conversarmos face a face?
E o caboclo, sem esperar um segundo tascou:
- Rua tal, bairro tal, número tal, Barra Alegre. E meu nome é M.N. Pinto.
- Então ta combinado.
Desliguei o telefone certo de duas coisas. Primeiro que deveria ser psiquiatra ao invés de jornalista. Segundo, ganhei de uma amiga, que certa vez recebeu a visita de uma mulher a garantir ter sido sequestrada por extra terrestres e nela implantado um chip em um dos dentes, para monitorar toda a sua atividade na terra.
Bicho, que doidera é essa. Essa ai nem Chico Xavier e Nostradamus juntos para entender.
ResponderExcluirAbração cara.
E o Oscar do "atrai loucura" vai para:
ResponderExcluirAleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeex Ferreiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!
Kkkkkkkkk! Ótima história!
Pelo menos este sujeito não lhe recomendou comprar chuchu e "iorgute" no supermercado para você ver o que tem dentro!!!
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