Busca da morte por amor

Vejam só que coisa estranha. Por causa do amor, que em princípio está ligado à vida, um sujeito tentou se matar. Vem da prosaica cidade de Joanésia, localizada bem "ali" no sopé da Serra de Mesquita e na vertente do caudaloso Rio Santo Antônio, uma ocorrência inusitada. A., um rapaz de 25 anos, tentou se matar por amor. Ou melhor, pelo abandono dele. Não que o amor o tenha abandonado, mas abandonado o coração da sua mulher que não o quis mais.

Pois passava poucos minutos das 15h desta quinta-feira modorrenta, quando o pobre e abandonado A., passou  a mão em um canivete e decidiu que não havia mais razão para viver. Diante disso, concluiu que o melhor seria tirar sua vida.

Escolheu a rua de estranho nome, Labatut, onde residente no Centro de Joanésia, para efetivar o seu intento. Desferiu poucos mas precisos golpes de canivete no abdômen. A lâmina fria abriu-lhe cortes profundos e agudos, expondo as paredes adiposas da barriga logo cobertas pelo vermelho do sangue.

Encontrado com vida por policiais militares acionados por testemunhas da loucura de amor, A. disse aos policiais que queria morrer, pois sua mulher o havia deixado. Em meio à cena rodriguiana, os pms apreenderam o canivete utilizado naquele "haraquiri" rústico e levaram o rapaz para o Pronto Socorro Municipal de Ipatinga. Contam que A., não se sabe ainda se arrependido ou não do feito, sobreviveu, para o desespero do  seu coração. 

Comentários

  1. Uai jovem. Atacas de Machado de Assis agora? A tragédia ficou até menos pior diante dessa narrativa.

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  2. Notícia de jornal
    Composição: Luis Reis e Haroldo Barbosa

    Tentou contra a existência
    Num humilde barracão
    Joana de tal, por causa de um tal João

    Depois de medicada
    Retirou-se pro seu lar
    Aí a notícia carece de exatidão

    O lar não mais existe
    Ninguém volta ao que acabou
    Joana é mais uma mulata triste que errou

    Errou na dose
    Errou no amor
    Joana errou de João
    Ninguém notou
    Ninguém morou na dor que era o seu mal
    A dor da gente não sai no jornal

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  3. Só tenho a agradecer por conhecer alguém como Marcele.

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