Eu já acreditei no sindicalismo


Já passei noites a acompanhar greves de metalúrgicos, já rodei quilômetros para ver greves de operários da construção civil em grandes canteiros de obras, já vi greves de trocadores e motoristas de ônibus (Essa foi uma espécie de estreia. quando cheguei ao Vale do Aço em 1995 havia estourado uma greve no transporte intermunicipal).

Já acreditei tanto em sindicato que um dia, ainda nos tempos de faculdade defendia a reabertura de uma sucursal da entidade que representa os jornalistas no Vale do Aço, por acreditar que seria importante organizar a classe.

Nas idas e vindas destas tais coberturas acompanhei embates com os representantes do "peonato" de um lado, argumentando em igualdade de condições com os donos do capital, ou gerenciadores de serviços públicos.
Foto: Sebastião Salgado - Mobilização do MST - Discurso como instrumento de transformação cada  vez mais esquecido
Esta semana na ausência de um colega, "baixado" da equipe por uma "potentosa"  virose fui ter um papo com um grupo de sindicalistas. Fiquei assustado. Caiu o nível do discurso e a argumentação sem poder de retórica, marcada pela insegurança e respostas vazias são os sinais de que algo vai mal na escola de formação das lideranças. Tão mal que são capazes de confundir direito de resposta com jeito de espora.

Pior é perceber que, se antes paravam-se fábricas, obras e serviços por melhores condições de trabalho, hoje para-se por determinação partidária,  em atos de antecipação de um período eleitoral que dista uns bons meses. E manipulam a opinião até de pós graduados, jogados na armadilha de um mise-em-scene miserável. 

Comentários

  1. Pois é meu amigo. Há um bom tempo que também deixei de acreditar no sindicalismo. Recentemente uma série de matérias divulgadas por um jornal da capital mineira, sobre as fortunas acumuladas por um sindicalista da região, só me fazem acreditar que assim como nossos políticos, eles lutam de acordo com seus interesses e não dos sindicalizados. É o famoso que tá fora quer entrar, e quem tá dentro não quer sair. Você já parou para analisar que Metasita, Sindipa, Sindiute, SECI,Sintserpi,Sinsep, entre outros, há anos estão nas mãos dos mesmo grupos.

    ResponderExcluir
  2. A pergunta é, estimado amigo, no que e em quem acreditamos atualmente. Nietzsche matou Deus, o Papai Noel é invenção de fabricante de refrigerante, o PT se mostrou igualzinho aos demais partidos, a polícia é corrupta e prefiro nem comentar sobre os políticos. Quem poderá nos salvar? A quem chamaríamos por socorro?

    ResponderExcluir

Postar um comentário