Dicotomia

Corria dos olhos pelo "alcalino" facebook na noite deste domingo e levei um susto.  O professeur Senna já havia me falado do Romanée Conti, um dos vinhos mais caros. Brincamos certa vez que nem acertando na mega dá para beber isso. Será que tem fiapos de ouro puro? Pois eis que me aparece um anúncio no "face" oferecendo o Romanée "em oferta": R$ 5.990. Os demais preços estão na imagem. 

Do outro lado da realidade, passo pela sala e a TV ligada em um canal qualquer mostra uma reportagem de uma família pobre da Paraíba. Vejo um repórter incrédulo com uma panela de alumínio, totalmente amassada e enegrecida de fumaça de um fogão de lenha caquético, perguntar para o dono da casa o que era aquela comida ali. 
- Couro de frango.
- Como é?
- É isso mesmo, couro de frango que minha vizinha me deu. 
- Ah é pele de frango. Foi a única refeição do domingo?
- Humhummm!

Aquela família nunca deve ter ouvido falar em Romanée Conti. Uma garrafa da mais barata daria para comprar  aproximadamente 110 cestas básicas para alimentar o casal e uma penca de quatro filhos, durante pelo menos três anos.

Como já disse Seu Jorge, temos um "Brasil do ouro, Brasil da prata e do balacochê da mulata. Mas tem um Brasil que é lindo e outro que fede. O Brasil que dá é igualzinho ao que pede. Pede paz, saúde, trabalho e dinheiro. Pede pelas crianças do país inteiro".

Comentários

  1. O ideal seria que, no Brasil, e em qualquer outro país do planeta água, o acesso à educação e ao mercado de trabalho fosse igual para todos. A condição financeira de cada família variaria em função da remuneração ao tipo de profissão escolhida!!!
    A propósito, qual é o vinho da garrafa que aparece discretamente na foto abaixo?

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  2. Caro anônimo, o vinho da foto abaixo é o Opalo, um modesto mas muito saboroso vinho de uvas malbec de Mendonza, Argentina. Eu ganhei de presente de um amigo a quem contei o meu gosto pelo malbec.

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