Um cidadão, no estado do Pará, foi registrado pela mãe com o nome feminino. A tabeliã grafou "Flávia" em vez de "Flávio" na certidão de nascimento de um menino. A mãe, analfabeta funcional (só assina o nome) não viu o erro.
Agora, aos 24 anos, o rapaz luta para mudar o gênero do nome na certidão de nascimento. Com o nome errado ele não consegue tirar documentos como carteira de trabalho, carteira de identidade, entre outros documentos.
"Flávio Santana dos Santos é invisível aos olhos da lei", relata a jornalista Vanessa Libório, na reportagem publicada pela Rede Record. A matéria é um desalento para quem cair na rede da burocracia, falta de vontade do poder público e empáfia do poder público.
Cada uma das autoridades ouvidas, com a cara mais empastelada de tanta burocracia do que a outra, busca naquele conhecido idioma “português reparticionado” as explicações que nem a mãe nem o rapaz conseguem ter.
O mais incrível é que a escola, por onde Flávio passou apenas um ano, nunca o alertou ou à sua mãe sobre o problema. Ninguém tinha visto o nome errado na certidão, mas aos 18 anos, ao procurar uma unidade do Exército, o rapaz foi alertado do erro e impedido de se alistar.
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Reprodução TV Record - Ele é Flávio, mas na certidão está "Flávia". Típico problema que a burocracia brasileira adora |
Há seis anos o jovem enfrenta uma rotina de ir às repartições e não ter o seu caso resolvido. A tabeliã que assinou a certidão já morreu e os substitutos... bem, que já foi a um cartório sabe como o serviço cartorial funciona.
Por fim, um juiz de Direito joga luz sobre tanto obscurantismo. “Terá que trazer um laudo médico pericial para provar que é homem. É para evitar fraudes”, sentencia o magistrado, esquecendo-se que pobre arrumar consulta médico é tarefa inglória até em centros mais desenvolvidos, como Ipatinga. Quem dirá num cantão do Pará e ainda por cima um médico perito?
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Flávio, a jornalista Vanessa e dona Terezinha, mãe de Flávio, percorrem ruas de Belém (PA) e nem a presença da imprensa fez funcionários desistirem da burocracia |
Burocracia? Vá à prefeitura municipal de ipatinga pra você saber o que é isso. Estou esperando há pelo menos três meses por uma solução imobiliária.
ResponderExcluirCarmem
O pior é que ele não pode nem exibir "seus documentos" para o juiz para provar que é homem e se livrar do laudo pericial! Seria preso por desacato à autoridade! Mas para onde levariam a Flávia? Para a penitenciária masculina ou feminina?
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