"Isso tudo é podre, cheira mal e me provoca enjoo" - O comentário de um leitor ao avaliar notícias sobre a movimentação nos bastidores da política partidária, na véspera do fim do prazo para a definição de filiações e mudança de partidos pelos políticos, é sintomático do sentimento popular acerca deste tema.
Enfastiados com a realidade do mundo administrativo público brasileiro, tomado por seguidos escândalos, o cidadão que deveria se apropriar desse recurso - a política - para mudar o rumo das coisas, prefere afastar-se dela.
Desta forma, aproveitam-se desta realidade justamente aqueles que querem avançar sobre os fartos cofres públicos, resultando na sucessão de escândalos em todas instâncias dos poderes da nação.
A boa notícia é que segmentos organizados da sociedade brasileira e instituições onde ainda resta um pinguinho de consciência republicana, de fato, mobilizam-se no sentido de exigir respeito com a coisa pública. O povo ensaia nas ruas tímidas mobilizações contra a corrupção. Espera-se que os gritos não caiam em ouvidos moucos de tão fracos que são.
A má notícia é que os efeitos dessa mobilização não serão visíveis em curto prazo. Matar uma erva daninha que é adubada e se alastra desde o ano 1.500, quando essas terras foram invadidas pelos europeus, é uma missão árdua. Até lá, haja paciência e repelente para espantar a praga da corrupção.
Lembra-se do filme "O senhor das armas"? Lembra-se da cena em que o traficante era pego por um policial competente, que estudou cada passo daquele bandido até pegá-lo? Lembra-se do que o bandido disse ao mocinho? "Alguém vai bater à porta, vai chamá-lo, parabenizá-lo e mais tarde você será homenagado por me deter. Depois eu serei libertado porque sou necessário ao sistema". Eu me lembro disso a cada pleito eleitoral! Quem tem repelente pra este tipo de efeito colateral?
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