Inventaram o homicídio digital


Não sou grande entusiasta das redes sociais, em especial do invasivo Facebook. Mas uso. Acredito que o conhecimento é a base da crítica. Não é admissível criticar sem conhecer. Certa vez discuti feio com um colega de sala de aula que adorava criticar alguns procedimentos legais do jornalismo, sem nunca ter lido o Artigo 5º da Constituição Federal, a Lei de Imprensa (que estava em vigor à época e depois foi extinta) e nem mesmo o Código de Ética do Jornalismo. 

Pois para não fazer o mesmo, tomei o caminho inverso daqueles que criticam sem nunca ter usado a rede social e fui lá conferir os efeitos – as vezes devastadores – delas.

A questão é que pela internet muito caboclo frouxo vira um valentão. É muito fácil falar para milhares enquanto se está entre quatro paredes. 

Pois no detestável facebook tem uma função interessante para quem não gosta dos valentões digitais: bloquear o inconveniente. É a lei da intolerância. No trabalho, em casa, na rua, no clube, no boteco que se frequenta, o ser humano é obrigado a tolerar o outro. Na rede social, não. 

O sujeito bloqueado simplesmente é apagado da rede para quem o bloqueou. Não se consegue mais ver o indigitado. Nem o inconveniente consegue ver quem o bloqueou, suas atualizações, mensagens, comentários ou fotos. É como se o impertinente não existisse mais. Inventaram o homicídio digital. 
Reprodução: Matrix - simbolização cinematográfica da vida virtual ganha contornos de realidade na rede


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