Sem perder a piada


Brasileiro não tem jeito mesmo. Nos bastidores, após confirmação que o executivo argentino Julián Eguren tinha sido indicado para a presidência da Usiminas, um fanático  por futebol, funcionário do grupo, fora imediatamente alertado: “Agora quero ouvir você falando mal da Argentina (seleção) aqui dentro”, brincou o colega. 

Brincadeiras à parte todos sabem da gravidade da situação do setor siderúrgico, marcadamente pela super oferta de aço no mercado e os arranjos dos diversos grupos ligados ao mercado desse setor.  Arranjos estes que incluem cortes, cortes e cortes. 

Fim de uma era

As mudanças na Usiminas, implementadas a partir de 2008 com a chegada do presidente Marco Antonio Castello Branco, determinaram um novo cenário social  e econômico. 

A cidade de Ipatinga, aquela onde a Usiminas já bancou de tudo, passara a ficar órfã de “uma mãe”. Não é segredo para ninguém que um "esquema de compadrio" deixou muita gente bem de vida, por assim dizer. Alguns segmentos fazem de conta que não é isso, mas a realidade bateu às portas e escancarou a verdade aos quatro cantos. 

É fato, também, que há tempos as grandes empresas tratam as comunidades onde estão inseridas como qualquer outra trata. “Nosso negócio é fabricar o produto X. A cidade que se vire com os impostos recolhidos e a movimentação econômica dos salários que pagamos”, diz um discurso que até parece ensaiado previamente pelos executivos.

Pois é nessa nova conjuntura que a cidade vem, aos poucos, revendo seus conceitos. Sustentabilidade por conta própria é a missão que já deveria ter sido encampada por todos.  Que o "Sol de Mayo" lance luz sobre os tempos atuais nesse Vale escaldante. 

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