Delírios juvenis e a dura lei


No começo da manhã desta sexta-feira aproveito um alívio nos compromissos do trabalho e inicio bem cedo uma caminhada pelo Parque Ipanema. A queda na temperatura deve ter espantado o povo, porque às 6h15 o parque estava bem vazio em relação ao habitual. 

Esses dias o local recebe "intervenção" de um grupo de estudantes universitários de arquitetura e urbanismo. Ah, que saudades dos bons tempos da escola, das experimentações, dos sonhos e dos colegas. 

E também das pirações. Fantástico tempo de fantasias esse que passamos na faculdade. Mas é válido. É nessas divagações que se permitem visualizar novos modelos, criticar mesmo sem conhecer na prática como se dá a construção de tudo o que temos. Alguns levam tão a sério esse "olhar crítico" que exageram na dose e passam o resto da vida amargurados.

Brincava certa vez, plagiando uma fala do escritor Marcos Bagno (Preconceito Linguístico - Loyola - 1999) que alguns lugares, como a redação de bons jornais, as faculdades, bibliotecas e a casa de nossos avós, são como rios caudalosos. Vez ou outra é preciso deixar que a água transbordada deles, permeada de conhecimentos e experiência, chegue até nós, que somos como igapós. É preciso que absorvamos a água corrente que vem desses lugares e, com isso, aproveitar para renovar nossos conhecimentos empoçados.

Mas entre tantas intervenções dos acadêmicos, no Parque Ipanema, uma surpresa. Colaram sob as placas que indicam leis municipais com a proibição do tráfego de bicicletas no interior do parque, bem como a proibição de passeio com cães naquele espaço público, cartazes questionadores dessas determinações. Indicam que parques em São Paulo, Londres, Holanda e outros lugares permitem a presença de cães e, em alguns a circulação de bicicletas. 

Piração acadêmica. Muito provavelmente quem questiona as proibições das bicicletas e dos cães no Parque Ipanema não deve ser frequentador do lugar e não sabe que os marmanjos em bicicletas atropelam idosos e crianças. Mesmo com a proibição muitos infratores cometem absurdos naquele espaço público, atrapalhando que passeia, caminha ou corre nas pistas. 

Quanto aos cães, os acadêmicos não devem saber dos casos do passado, em que os "patolas", ou "manos" acompanhados de Pitbull, Rottweiler e outras raças ferozes provocaram problemas e colocaram a segurança das pessoas em risco. 

Se o londrino, o paulistano, o holandês ou japonês têm educação suficiente para andar de bicicleta em qualquer lugar sem ameaçar os mais frágeis ou mesmo portar suas feras devidamente contidas com focinheiras, coleiras e outros equipamentos, parabéns para eles. O fato é que essa oportunidade foi dada aqui também e as pessoas não souberam se portar. Então, dura lex, sed lex.
Para encerrar, outro assunto. Dia desses um cidadão argumentava sobre as falsas promessas dos políticos em duplicar a BR-381. "Apelidaram essa estrada de 'Rodovia da Morte'. Parece que acharam o nome bonito. Sai no jornal, na televisão e ninguém faz nada de concreto para resolver o problema". 

Comentários

  1. A seu alex, deixa as gatinhas sonharem, você já as viu la explicando seus trabalhos? kkkkk abraço, marcos s.

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