A minoria cresce

Um dado estatístico divulgado nesta sexta-feira, 30, chama atenção para a religiosidade da população brasileira. Os católicos sofrem queda vertiginosa, ainda são maioria predominante (mais de 64%) e os evangélicos passaram de 15,4% para 22,2% da população.

Mas os números também mostram que tiveram expansão, os espíritas, que passaram de 1,3% para 2% e somaram 3,8 milhões em 2010; os que se declararam sem religião, que subiram de 7,4% para 8%, ultrapassando os 15 milhões; e o conjunto pertencente a outras religiosidades, que cresceu de 1,8% para 2,7%, totalizando pouco mais de 5 milhões de brasileiros. Os adeptos da umbanda e do candomblé mantiveram-se em 0,3% ao longo da década, representando quase 590 mil pessoas.

De acordo com o pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Cláudio Crespo, os números apontam que, embora a tradição cristã seja forte no país, há um convívio com grupos minoritários.

Foto:  Alex Ferreira - Instrumento sonoro utilizado pelos congadeiros 
“Uma coisa que chama a atenção no campo religioso no Brasil, diferentemente de muitos países, é a pluralidade religiosa. Apesar da hegemonia dos grupamentos cristãos, que representam 88,8% da população, a própria lista do censo é um exemplo desse convívio com grupos minoritários. O país, embora tenha raízes na sua colonização, influências regionais em função da ocupação e das migrações, tem também uma diversidade religiosa bastante significativa e isso é importante em um contexto em que há uma maioria definida”, destacou.

Cláudio Crespo enfatizou ainda que pela primeira vez foi identificado um contingente de ateus. Ao todo, 615 mil brasileiros se declararam com essa classificação, o que corresponde a 4% do grupo sem religião. O pesquisador do IBGE explicou que esse número pode ser maior, já que a declaração nessa subdivisão foi feita espontaneamente, sem que houvesse um campo específico.

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