“No mundo do crime o fim é a morte ou é a cadeia”. Essa frase, dita por um pai diante do cadáver do filho recentemente em Ipatinga já foi repetida à exaustão em outras ocasiões. Permeado pela obviedade, o dito nos submete ao risco de aceitarmos como normais as mortes relativas ao tráfico de drogas e assaltos.
Lembrei-me disso quando na noite de quarta-feira, escrevia a nota sobre a morte dois assaltantes, mortos pela polícia após um assalto à agência dos Correios em Joanésia.
Com esses dois casos, já são quatro mortos pela polícia em assaltos na região nos últimos três meses só no Vale do Aço.
Mas não é só por aqui. Na noite de quarta-feira (04/07/2012), quatro viaturas da PM perseguiram um VW Gol e um Hyundai i30 em uma fuga alucinada entre Barão de Cocais e o trevo de Itabira, na BR-381.
Na perseguição, os ocupantes de um dos carros alvejaram os carros da PM. Em retaliação, a equipe da PM disparou mais de 20 tiros em direção aos dois carros. O Hyundai foi encontrado crivado de balas, abandonado em uma estrada de terra, com dois de seus ocupantes mortos.
Um dos mortos é suspeito de participar de uma tentativa frustrada de explosão de caixa eletrônico em Catas Altas.
Quando a violência bate à porta com tal intensidade, e assusta (algumas pessoas ainda se assustam), é sinal que vamos mal. Muito mal. Violência sempre gera violência. E qual será a reação do crime à ação armada do Estado contra ele?
Cenas de violência saltam das telas para as ruas e o Estado só cumpre o papel coercitivo |
É de assustar que tenhamos pelas ruas, cada vez mais, cenas que antes imaginávamos que só veríamos nas telas do cinema. Pior, ainda, saber que neste contexto o Estado só cumpre o seu papel coercitivo, só atua na ponta final de um problema que tem raízes muito mais profundas do que simples estatísticas criminais, que usamos para manchetar notícias.
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