Recebi na minha caixa de mensagens eletrônicas nas últimas 24 horas pelo menos quatro "convites" para uma manifestação em Ipatinga. Adoro receber essas coisas. Todos os convites, em tom bravateiro e revolucionário, convocam a juventude para a uma manifestação contra a corrupção e a desorganização da cidade.
Quando era mais jovem adorava essas manifestações. Demorou um pouco para descobrir que por trás dos movimentos ditos populares não ha nada de popular e há sempre quem tire proveito delas. Mas o tempo passou e aprendemos a nos identificar como massa de manobra.
E é muito simples concluir isso. No caso em tela, basta atentar que todos os convites vieram de candidatos a vereador e um partiu de um cabo eleitoral de uma das candidaturas colocadas em Ipatinga. É um típico caso de alavancar apoio eleitoral sobre a política do quanto pior, melhor.
Que toda manifestação é legítima, isso é inegável. Mas deixar-se manipular é uma questão de querer deixar ser manipulado e usado como massa de manobra para rechear fotos de campanha eleitoral.
Outra
Uma figura que circula nas redes sociais mostra como e porque está cada vez mais fácil manobrar a massa. Nessa figura aparecem quatro retratos dentro de uma mesma imagem. Um sírio diz: "Quero liberdade". Um árabe afirma: "Quero direitos". Um egípcio grita: "quero mudanças". E um brasileiro pede: "Eu quero tchuuuu, eu quero tchaaaa!". Sem comentários.
Lições
Ainda engatinhava entre fraldas jornalísticas quando empunhava um velho gravador e o Luiz Carlos Ferreira me orientava em tom severo por detrás de um bigode à lá Salvador Dali: "Lembre-se, que você vai lá para observar, perguntar e registrar fatos, não para virar notícia".
Já nesse tempo eu entendi bem que não é à toa que jornalista tem dois ouvidos, dois olhos, duas mãos e apenas uma boca. Esse sentido foi aguçado quando debrucei-me sobre os conceitos acadêmicos da comunicação.
Para fechar o buteco
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| Nascer do sol sábado (11), às 06h18. O fim do inverno proporciona contrastes incríveis no horizonte |
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