Bebida de uma fonte rara


Conversei recentemente com uma pessoa que acaba de passar pelo estágio final de contratação por uma grande empresa. Estava radiante, pois numa seleção em nível nacional, peneira daqui, peneira dali, numa disputa de 1.500 candidatos ( para Ipatinga), ficou entre os 35 primeiros colocados na prova de conhecimentos.

Depois vieram exames de aptidão física, exames médicos, clínicospsicológicos inclusiverigorosos e eliminatórios e aprovação em todos. Mas a recompensa virá mesmo ao fim do estágio probatório de 90 dias, conta o personagem deste artigo.

Depois, pensava aqui no meu canto antes de entrar no minifúndio cibernético, que a conquista tem algo bem maior do que a demonstrada capacidade numa seleção tão rigorosa, para um trabalho com salário razoável e capaz de gerar a independência financeira dos aprovados, tem o caráter da conquista por méritos próprios.

E conquista com méritos próprios é uma fonte da qual bebem muito poucos nos dias atuais. Num país de povo acorrentado a costumes que remontam ao período colonial (amigos do rei), e um povo onde a maioria está acostumada ao “jeitinho para tudo”, ao “quem indica”, com parcerias cabulosas a nortear relações empresariais e pessoais, quem chega a algum lugar a caminhar com as próprias pernas, merece respeito.
Reprodução - Dinheiro da Coroa Portuguesa (960 réis de 1818)  - De lá até hoje a relação com o dinheiro não mudou muito para a maioria dos brasileiros. Se antes isso comprava títulos de nobreza, hoje compra empregos, rege a relação entre empresas e pessoas e, portanto, status social 

E por falar em parcerias é incrível como essa palavrinha indigesta mantém-se como sinônimo para toda sorte de acordos, dos mais imorais aos mais irrelevantes.

Ainda bem que no mundo do marketing alguns maisantenados perceberam isso e trataram de extirpar o termo do seu vocabulário. Entretanto, é bom lembrar que é inútil trocar os móveis da sala e não tirar as baratas dos buracos

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