Entre os gêneros jornalísticos, a entrevista é um dos mais desafiadores. Como tornar interessante uma conversa com uma pessoa, sobre um determinado tema?
Como chegar a um ambiente com presença de espírito, consonância entre dois protagonistas com a atualidade, o domínio linguístico do tema e a disposição para respostas? Estas são as preocupações básicas para se elaborar um roteiro de entrevista. A entrevista é, em primeiro plano, uma negociação.
Não há uma fórmula mágica para o sucesso de uma entrevista, como a que fizemos recentemente no Cultura Entrevista, com o educador e psicólogo Hudson Miranda (TV Cultura / Canal 4 Ipatinga 05/11/2012).
Com subtemas variados, a entrevista que tratou da “Mobilidade urbana e os conflitos no trânsito” fluiu de uma forma espontânea. O entrevistado brilhou com respostas objetivas, exemplificadas, claras, pedagógicas.
O jornalista Orlando Raimundo, em “A Entrevista no Jornalismo Contemporâneo” (Minerva Coimbra, 2005), explica muito sobre o tema.
“Nem todos os entrevistadores têm a capacidade de fazer falar e saber ouvir. Do mesmo modo que nem todos os entrevistados se deixam conduzir por quem os interroga, exprimem com clareza o que pensam ou dizem sinceramente o que sabem”.
Assim, o êxito da entrevista “não depende apenas de saber fazer perguntas e ser capaz de gerir silêncios”, refere Orlando Raimundo. “Há todo um conjunto de circunstancialismos temporais e logísticos, condicionantes da informação, inteligência e saber, escalas de valores e formas de reagir, do domínio do carácter, que se chocam ou harmonizam ao longo de toda a conversa”.
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