COMITÊ RODRIGO NETO

Um grupo formado por representantes de todos os veículos de comunicação do Vale do Aço decidiu na tarde de ontem formalizar o Comitê Rodrigo Neto. O grupo definiu ações conjuntas para cobrar agilidade na apuração da execução do repórter Rodrigo Neto, ocorrida na madrugada de 8 de março. 

O entendimento de alguns jornalistas é que a mobilização é necessária para que se defina a autoria do crime. Eles querem evitar que o caso fique sem apuração, como foi o destino de inúmeras ocorrências de grande repercussão no Vale do Aço, casos que o próprio jornalista cobriu e pelos quais cobrava justiça, frequentemente. 

Ainda não há comprovação de que sua morte esteja relacionada ao exercício profissional. O caso é apurado por um delegado e três investigadores do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, de BH.

Os jornalistas definiram também um grupo de cinco profissionais que irá procurar entidades em busca de apoio e, se necessário, ir a Belo Horizonte cobrar esclarecimentos ao governo estadual. Da comissão devem participar, também, representantes da sociedade civil organizada. 

Foto: Paulo Sérgio de Oliveira - Reunião inédita tem participação de todos os representantes dos veículos de comunicação do Vale do Aço em torno de uma única causa


APOIO

O vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), Alessandro Carvalho, também participou da reunião e assegurou o apoio institucional ao movimento. “Quando provocado, o sindicato tem o dever de assegurar o apoio a iniciativas como esta. Não podemos aceitar crimes assim, sem solução”, enfatizou. 

O grupo decidiu criar um selo, que será utilizado nos canais de comunicação apoiadores da causa, fazendo uma contagem progressiva do tempo gasto para apurar o caso. Uma camiseta com a foto de Rodrigo será produzida para fortalecer a imagem da campanha. Também ficou estabelecido que a missa de sétimo dia em memória do jornalista será amanhã, dia 14, às 19h30, na Igreja Católica do bairro Veneza I, localizada na rua Campinas. 

Entenda
Rodrigo Neto de Faria, 38  anos, foi morto com três tiros, disparados por dois homens em uma moto, quando ele saía de um churrasquinho na avenida Selim José de Sales, por volta de 0h40 de sexta-feira, 8. Socorrido com vida, morreu após dar entrada no Hospital Municipal de Ipatinga. 

Ex-repórter do DIÁRIO DO AÇO, coapresentador do programa Plantão Policial, da “Rádio Vanguarda”, e contratado recentemente para voltar à imprensa escrita pelo “Jornal Vale do Aço”, Rodrigo Neto já tinha denunciado ao MP, Comissão de Direitos Humanos e informado a amigos que recebia ameaças de morte em razão da apuração jornalística de casos sem esclarecimentos.

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