Nada pior do que escrever obituários de conhecidos. Dá-nos a impressão da brevidade da vida. Ninguém sabe tanto que não seja capaz de aprender algo mais a cada dia. Que descanse em paz o feirante Cornélio Ferreira Costa, que nos ensinou sobre como lidar com peixes na cozinha.
Lembro-me da primeira vez que fiz atum em conserva, com receita dele. Do alto de sua barraca branca rodeada por enormes caixas térmicas, na feira do bairro Timirim (Timóteo), ele não se intimidava com escamas e espinhas dos peixes de água salgada que comercializava.
Homem de poucas palavras, cobrava caro pela qualidade do peixe que fornecia. Mas sempre valia a pena. Sua presença na terra terminou na quinta-feira, quando voltava da represa de Três Marias, no Norte de Minas, e envolveu-se em um acidente fatal.
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