Minha tradicional caminhada e corrida de 6.000 metros teve que ser abortada na manhã desta sexta-feira. O motivo? O vento nordeste.
Não o vento em si, mas o que ele carrega para o Parque Ipanema. O odor dos hidrocarbonetos hoje está insuportável. É o preço que se paga pelo desenvolvimento.
Imagino o que devem passar as pessoas que moram em bairros que ficam na direção dos ventos predominantes em Ipatinga. É sabido por todos que a predominância da direção dos ventos é em direção aos bairros das Águas, Bela Vista, Imbaúbas e Bom Retiro. Tocar em direção ao Parque Ipanema é raro, mas ocorre, como hoje.
Representação gráfica de um dos compostos poluidores que respiramos, o naftaleno e seus anéis benzênicos
E não teve jeito de correr ou caminhar. Nos primeiros 500 metros percorridos por um corredor, a aceleração dos batimentos cardíacos exige das vias respiratórias cada vez mais quantidades de oxigênio.
As ventas abrem e puxam o que está no ar. Se for oxigênio puro ou semipuro, beleza, senão, começa arder.
E ardem as vias respiratórias, o pulmão parece rejeitar a impureza e a cabeça dói e avisa que algo está errado.
Penduro o tênis e volto para casa cuspindo enxofre dessa reação química nada agradável. A redação me espera para a sequência de mais um dia.
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