Recentemente recebi, na redação do jornal onde trabalho,
um grupo estudantes do curso de Comunicação Social do Unileste. Estudante
universitário desta área adora o tema “mídia e poder”.
Entre umas 20 perguntas feitas em um espaço de 40
minutos, acredito que 50% delas tiveram alguma relação com o tema.
No fim das contas, espero que eles tenham entendido que empresa de comunicação precisa se preocupar com a opinião pública, pois da
frágil credibilidade depende sua sustentação, sua existência.
Mas também espero que tenham compreendido que empresa de
comunicação é, por essência, um negócio e isso pressupõe, uso de capital na forma de investimentos
e resultados. E não raro essa conjuminância vai desaguar na redação. Jornalista tem que aprender a conviver com isso. Senão, sai e vai ser assessor de gabinete, de empresa, atuar em agência ou onde se faça necessária a presença de um comunicador.
Foto: Wôlmer Ezequiel. Dia de coletiva em passagem de governador de Minas Gerais por Ipatinga |
Expliquei aos jovens que um grupo em uma temporada fora
do poder e que cobra uma determinada posição de um jornalista ou de um veículo
de comunicação, no sentido de denunciar os adversários no poder, é o mesmo que,
ao galgar qualquer degrau na linha de comando parte para a censura, coíbe,
negocia apoio midiático e até coage jornalista que não lhe é simpático.
Essa é uma vantagem de quem fica muito tempo a operar a
comunicação social numa mesma região. Com o passar do tempo consegue-se ver que,
no poder, todos são iguais. E isso Independe da bandeira partidária.
O difícil
mesmo, e isso os meninos e meninas vão demorar para aprender, é sobreviver no
mar revoltoso da comunicação. Saber navegar nas brechas do poder requer cuidados.
Por fim, estou convencido de um fato consolidado: todo
jornalista que se torna assessor esquece que um dia foi jornalista. E, não raro, só defende a liberdade de comunicação desde que essa liberdade não atinja o seu assessorado.
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