O encerramento da mega promoção das lojas online chamada Black Friday, modismo importado dos Estados
Unidos, terminou com uma enxurrada de reclamações.
Nas primeiras 12
horas da promoção, uma página na internet, especializada em receber
reclamações, já tinha 3.500 registros de clientes insatisfeitos com as
promoções. É que muitas lojas colocaram na promoção produtos com preços até
mais caros do que os cobrados na semana anterior.
Para mim, essa enganação
ocorre o tempo todo. Não apenas nessa macaquice imitativa da sexta-feira preta.
Vejam que,
recentemente, ao procurar uma loja para comprar um produto travou-se o seguinte
diálogo, resumido:
- Quanto? –
perguntei.
- R$ 540 –
respondeu a vendedora
- E por quanto, no
pagamento à vista?
- Tanto à vista
quanto no cartão é R$ 540, senhor.
- Olhe moça,
obrigado pela atenção. Vou pesquisar mais.
- Se eu conseguir
um desconto melhor o senhor leva?
- Vamos ver.
E ela chama o
gerente, que digita senha num terminal, olha daqui, olha dali me pergunta:
- É à vista no débito
ou no cartão de crédito?
- É no dinheiro,
meu prezado. Mas não por esse preço. E saquei uma carteira com algumas
minguadas notas de R$ 100 e de R$ 50. Os olhos do gerente e vendedora saltaram
das órbitas.
- Mas eu vou
procurar outros produtos, obrigado. Avisei.
- Vai não,
senhor, no dinheiro posso fazer para o senhor a R$ 390
- Como é que é?
- Agora, pra
levar à vista faço R$ 390. E ainda me tentou empurrar um tal seguro estendido
de R$ 28.
Incrédulo, fechei
o negócio e saí da loja a pensar que história é essa de oferecer para a
clientela por R$ 540 produto que pode ser vendido por R$ 380. Depois um amigo
lojista me contou o segredo. Era fim do mês, certamente havia necessidade de
bater metas de vendas. O pagamento no dinheiro derruba as taxas dos cartões (no
mínimo 5%). Pode ser que a loja tinha produtos em estoque que precisava ser
renovado. Estes são principais fatores que pesam na hora de fechar negócio a
qualquer custo.
Foto: Ivan Pacheco - mega promoção bateu recordes de reclamação em 2013 |
Discrepância de preços por todos os lados
Mais recentemente
fui num breve feriado prolongado a Guarapari visitar os cunhados. Num
supermercado pensei que estava em outro país. Contrafilé a R$ 14 o quilo? No
Vale do Aço já está a R$ 25. Vinho chileno a R$ 25? Em Ipatinga a garrafa da mesma
marca, mesma safra já chega a R$ 40.
E vem o meu
cunhado e explica. “Começa com o ICMS que aqui no ES é bem menor do que em Minas
Gerais e o Espírito Santo ainda sedia uma grande distribuidora nacional de
vinhos”.
Para terminar,
outros dois exemplos. Um panetone Bauducco fabricado no Brasil é empurrado goela
abaixo dos brasileiros a extorsivos R$ 28. Adoro panetone, mas preferia que ele
fosse vendido a R$ 11, preço equivalente a que é vendido o mesmo panetone
brasileiro nos EUA.
A outra é de um
sujeito proprietário de um carro Volvo. Comprou por cerca de R$ 600, em uma
loja online de importados, um kit para o motor que no Brasil lhe custaria mais
de R$ 3.000. Ao abrir a caixa da Bosch leu “absurdado” a seguinte inscrição: “Made
in Brazil”, na lateral da caixa.
É jovem, como você costuma dizer nos tempos de Itatiaia, as coisas andam feia por estas terras tupiniquins. Monitorei um certo produto por três dias em uma famosa loja de roupas esportivas da internet, para comprar na "Black Farce", e para minha supresa, no dial de tal oferta, o produto estava R$ 5,00 mais caro, e com uma bela tarjeta Black Friday.
ResponderExcluir