A situação não é para rir, excelências, é de chorar

A semana chega ao fim com algumas ocorrências curiosas. Algumas delas ainda relativas a devastação provocada pela chuva de fim de ano.

A leitora Rosa Maria Gomes, de Coronel Fabriciano, deu uma resumida na situação ao comentar uma foto que postei sobre a sexta-feira, que prenunciava o sol: “O que está acontecendo, todos os anos, é ausência de planejamento competente,que não antevê o problema antes que aconteça. E quem sofre continua a ser o povo, infelizmente”.

Bem, tem razão a Rosa Maria. É que, entre os dezembros e janeiros há um hiato de calmaria de onze a doze meses e as encostas não são contidas, os ribeirões não são drenados e as bocas de lobo permanecem obstruídas pelo lixo jogado por um povo sem educação.

Depois, vem a chuva e a água quer passar. Se não encontra caminho, abre pela força da natureza e inunda tudo, cai barraco, entope ruas.
 
Foto: Silvia Miranda/Diário do Aço - rua arrasada por cheia do ribeirão Caladão em Cel. Fabriciano, MG
Ainda sobre a chuva, no fim da tarde de sexta-feira me chega uma foto de encontro, em Governador Valadares, entre prefeitas das cidades atingidas pela chuva na região Leste e a presidente Dilma Rousseff.

Sob o comando do cansaço do dia foi duro ver a imagem da presidente rindo na companhia das prefeitas da região, como se estivessem a comemorar algo. A situação não é para rir, excelências, é de chorar.

Comentários

  1. Caro amigo Alex.

    É cada vez mais aviltante o comportamento dos nossos "representantes" políticos e a coisa dói mais quando nos chegam confissões alarmantes como a que foi feita pelo Secretário de Obras da Prefeitura de Coronel Fabriciano a uma emissora de televisão local durante o drama das últimas enchentes. Entrevistado ele deu uma resposta "franca" desmascarando um conto do vigário aplicado para fins politiqueiros eleitorais contra o povo de Fabriciano, abalando as esperanças dos pobres moradores das proximidades do córrego que corta a cidade..

    Indagado sobre se as obras o Parque Linear, que estão emperradas, não melhoriam da vida dos moradores das proximidades do ribeirão Caladão afetados pelas enchentes, ele afirmou calmo e inconsequente: - " Não, as obras do Parque Linear não resolverão nunca o problemas das inundações pois são causadas pelo represamento das águas do Caladão pelas cheias do Rio Piracicaba."

    Isso é confessar que as obras do Parque Linear, que vão custar os tubos aos cofres públicos, se realizadas, estão fadadas a ficarem cobertas de lama durante os períodos de chuvas fortes. Ou seja, jogar dinheiro pelo ralo pois se vai inundar nem para escoamento do trânsito vai funcionar,

    Ainda bem que o nosso competente Galbas não riu quando fez essa confissão pública. Quanto a nós, só mesmo rindo para não chorar.

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