Dia desses travava um colóquio filosófico com um amigo sobre a
crítica. Para mim existem tipos bem definidos de críticos: o que não gosta de
nada que não tenha sido feito por ele; o que acha que faria melhor, mas na
verdade não tem capacidade para fazer; o que critica sem conhecer; o que
critica por criticar, só para não ficar fora da conversa e, entre outros, o que
critica com o intuito de sugerir uma melhoria efetiva. Esses são raros, mas
existem. Graças a eles, evoluímos.
E tem aquela conversa: “se fosse eu faria de outra forma”.
Mas a realidade é que o fazer, em todo ofício, requer uma associação que nem
sempre é simples: possibilidade + recursos + conhecimento + vontade. O
resultado é uma obra aberta a variadas interpretações.
E os textos jornalísticos? Esses, então, enfrentam a primeira guerra junto aos próprios jornalistas. Em nenhuma outra profissão conhecida se sabe de tamanha ferocidade dos pares em relação ao resultado de um trabalho. Jornalista parece ter predileção em falar mal dos textos dos colegas. Salvam-se algumas honrosas exceções. E tem os leitores que são profissionais de outras áreas, mas vivem se achanado jornalistas.
Contava para o amigo um episódio recente. Uma jornalista
passou seis horas atrás de uma informação importante, o escândalo da venda das
vagas nas faculdades de medicina. No meio da tarde conseguiu produzir uma
informação devidamente lastreada, mas não tinha imagens. Havia um texto sem
imagem. E texto sem imagem fica com restrições para ser gerenciado em
determinadas áreas de sites e mídias sociais. É comum que se use uma imagem
genérica enquanto não chega uma imagem atualizada do fato apurado. Pois o texto foi postado com uma imagem
genérica e em minutos um ladino veio criticar o uso da imagem de arquivo.
Poderia ter explicado a ele que a imagem estava a caminho,
gentilmente fornecida pelos colegas da TV Super Canal, de Caratinga, onde o
fato se desenrolava, mas não o fiz. Deveria ter ignorado o tipo, que nem escrever
sabe, mas preferi mesmo foi lhe dar um respeitoso esculacho. Paciência tem
limite. Como um elemento ignora um texto com boas informações e me vem falar de
imagem de arquivo? A explicação é que ele é dublê de fotógrafo. Então, está explicado.
Por fim, abaixo os antropofágicos e viva os que colocam a mão na massa, das 6h às 20h e não reclamam quando são convocados também nos fins de semana, feriados, e para os intermináveis plantões.
É como outro sujeito que me veio dizer que estão feias as cadeiras do cenário do Cultura Entrevista, programa televisivo que apresento semanalmente. E eu estou interessado em cadeiras? No vídeo nem sequer notam-se as tais cadeiras. É o típico sujeito que critica por criticar. "Ignorai o boquirroto", recomendou o amigo. Ignorado está.
Por fim, abaixo os antropofágicos e viva os que colocam a mão na massa, das 6h às 20h e não reclamam quando são convocados também nos fins de semana, feriados, e para os intermináveis plantões.
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