Já chegou o marasmo


Brasileiro adora feriado. Não é novidade que o povo cá dessa terrinha boa se esbalda quando emenda os dias da semana que antecedem ou sucedem feriados municipais ou nacionais. Feriados religiosos, então, nem se fala. 

É uma tal adoração a tudo que é santo, que quase falta tempo para trabalhar e produzir. E, assim, vamos empurrando o calendário anual. 

Marasmo da semana de carnaval, assumida por folião que "vestiu a camisa da festa"

Pois eu tenho um termômetro afinado para medir o marasmo de véspera de feriado. Vejam que em plena terça-feira, não é nem antevéspera de feriado e os indícios de uma pasmaceira já me chegaram. Raramente o telefone corporativo que uso não toca pelo menos umas dez vezes numa manhã.


E, se é terça-feira, dia que normalmente os problemas corriqueiros da pauta jornalística atingem o auge, e esse telefone tocou somente duas vezes, então é sinal que a semana será mesmo empurrada que nem carro velho carburado. E não vai pegar nem ladeira abaixo. Nem sequer o chefe imediato me ligou hoje com algum relincho.


E as pousadas e hotéis fazenda estão com a agenda cheia e sem vagas para o carnaval 2014. Não temos carnaval de rua, mas temos o carnaval das suítes. E nada melhor do que pular no colchão e no travesseiro.


Um amigo meu disse que vai para uma famosa região mineira de cachoeiras. “Estou farto de calor. Mergulharei e ficarei somente com as ventas do lado de fora”.

Por fim, veremos mais uma vez aquele show ridículo de baticuns na televisão. Certa vez conversei com uma professora da Bulgária pelo antigo ICQ (quem se lembra dele?). 

Eu nunca a convenci que no Brasil o carnaval era uma festa datada, concentrada somente em algumas cidades. Na cabeça dela, todo brasileiro gostava de carnaval e futebol. Eu não gosto de ambos e ela não acreditava. 

A búlgara também acreditava que nossas mulheres eram todas mulatas seminuas. É essa a imagem que vendem do Brasil.

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