Reflexões sobre uma data

No dia 7 de abril comemorou-se o dia do Jornalista. Diferentemente dos anos anteriores houve uma série de manifestações para lembrar a data. Até aí tudo bem.
Lembrei-me até de recente declaração de uma autoridade ipatinguense que,  ao ser indagada sobre uma homenagem que recebia, lascou essa: "sou movida a reconhecimentos".
De fato, ser reconhecido é muito bom. O significado do verbo reconhecer é sensacional. Significa, acima de tudo, ser compreendido em sua competência.
Assusta, entretanto, a picaretagem a pegar carona nas comemorações. Quem dera se os problemas conjunturais da comunicação pudessem se resumir no bordão "mais ou menos" que alguns usaram nas postagens das mídias sociais com o tema "Em abril também tem o Dia da Verdade".
Aliás, esse ambiente virtual, apesar de tão nobre, está cada vez mais poluído. Parece que as pessoas vão lá para vociferar toda ignorância do mundo. "É a democracia do meio", diriam alguns. Eu prefiro chamar de outra coisa: perda de tempo. Império do desconhecimento.
Cabe, nesse episódio, a aplicação de um paradigma inquebrável: a necessidade do conhecimento como base da crítica. Se o sujeito não é jornalista,  não tem respaldo, repertório nem razão ao criticar jornalistas.
Se não é médico,  idem com assuntos relacionados à prática.
Se nunca leu sobre direitos humanitários, não deveria repetir macaqueiramente que "direitos humanos defende liberdade para criminosos". Essa, uma das asneiras mais replicadas.
De pedradas a pedradas vamos construindo um tempo inglório enquanto livros empoeiram nas estantes.

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