Um baluarte e uma triste constatação

Neste domingo fui à banca de jornais da Praça Cinco de Novembro comprar o jornal e eis que encontro um baluarte do rádio em Manhuaçu. O nome dele é Vantuil Ferreira. Redator, noticiarista e apresentador. 

É radialista há 46 anos e, há 36 anos, apresenta o Canta Sertão, programa diário de fim de tarde na Rádio Manhuaçu AM. Tem meu sobrenome, mas não somos parentes. Bem que poderíamos ser. Eu era criança e o escutava no rádio, impressionado com aquela história de um homem que lia notícias para as pessoas. 

Não imaginava, no alto de minha infância, lá pra cima do Córrego da Matinha, no Sítio do Coqueiro, que eu mesmo faria isso tempos mais tarde, depois de ter tentado a sorte como vendedor de materiais de construção na Casa Novais e Barbosa Materiais de Construção. 
Vantuil Ferreira está  há 46 anos no rádio em Manhuaçu, pioneiro de um tempo bom
O Vantuil é de uma geração de pioneiros da comunicação. Vem de uma época em que comunicadores não precisavam de diploma. Praticamente inexistia graduação na área, mas quem era chamado de jornalista, o era por uma questão meritória. Preguiça, má vontade, cara feia, lerdeza, carga horária burocrática eram questões que não entravam na pauta.

Quem quisesse ser chamado de jornalista tinha que ser bom e fazer notícia. A alternativa era ser bom e fazer bem feito. Ou era isso, ou estava fora do processo. Bons tempos que não voltam mais. A acuidade, uma característica marcante de quem fazia notícia nos tempos do Vantuil faz falta nos dias atuais. Ah, se faz.

Comentários