Black imitação

Um carro de som circulava pelas ruas do bairro onde moro com o anúncio de uma loja que faria, na sexta-feira, 29, a "black Friday". A loja em questão, diga-se, é uma bitaca de uma portinha apenas.

 

Fiquei a matutar o quanto nós, brasileiros, somos imitadores. Black Friday surgiu nos Estados Unidos como estratégia de vendas em que lojas limpavam o estoque e as gôndolas dos produtos acumulados ao longo do ano, para librar espaço e expor, em seguida, os produtos novos. Pois de 2010 em diante a onda chegou ao Brasil. Mas, as pessoas estão nada satisfeitas com essa imitation barata.

Sem empurra-empurra, em Nova Iorque, abertura do black Friday

Pesquisa feita pela PiniOn, plataforma que capta a opinião a respeito de marcas e temas diversos bem como insights criativos de seus usuários durante o momento de consumo, ouviu a opinião de 120 pessoas que entraram ou pretendiam entrar nos sites participantes do Black Friday entre meia noite e 06h de 28 de novembro. O resultado é claro:

 

- 45% das pessoas preferem nas lojas online à noite, pois é quando encontram maior disponibilidade de produtos

 

- 23% dizem acreditar que existe uma menor quantidade de pessoas navegando ao mesmo tempo à noite.

 

- 16% dizem que neste horário os preços são mais convidativos.

 

- 70% destas pessoas já haviam participado de edições anteriores do black Friday

 

- 86% destas pessoas que já compraram em outras edições, também entraram durante a madrugada nas edições anteriores.

 

- 65% entretanto alegam ter enfrentado problemas para comprar nas edições passadas. Alguns problemas relatados:

 

67% - problema de navegação do site

53% - site lotado com fila para entrar

45% - os preços não estavam convidativos

31% - indisponibilidade de estoque

Eletrônicos lideraram as vendas em dia promoção

Em média, os compradores da madrugada estavam de olho em produtos de 3 categorias diferentes.

 

Entre as mais procuradas estavam:

    30% - celulares e tablets
    28% - eletrodomésticos
    23% - livros
    22% - eletroportáteis
    18% - moda e acessórios
    17% - games
    17% informática
    R$ 707 - valor médio que esperavam gastar na promoção
    36% declararam que iriam antecipar as compras de natal durante o black Friday.
    67% pretendiam entrar nos sites participantes também em outro horário

 

Também tentamos comprar um boné em loja participante da black friday. No dia anterior à promoção, o boné Nike Dry custava R$ 59, com frete grátis. No dia da promoção caiu para R$ 47, mas com o frete, que passou a cobrado, saía por R$ 60.

 

Já, o amigo Cristiano Linhares pesquisou, no dia 26/11 um equipamento de áudio que custava R$ 175,12. No dia da "promoção" subiu para R$ 189,05.  

 

Bem, passou a onda sem que eu comprasse nada mesmo. Aliás, comprar é um verbo que os brasileiros deveriam conjugar menos neste fim de ano. Com mudanças na economia do país, inflação e preços em alta, poupar está na ordem do dia.