Tem que mudar

Os seguidos escândalos de corrupção incendeiam a imaginação de quem sonha com uma gestão mais correta da coisa pública. Estranhos tempos. Se antes gerações e mais gerações sonhavam em ter um mundo mais igualitário, em que direitos fossem respeitados, hoje sonham em ter um país livre de corrupção.

Mas o problema é que esse é um processo lento. Mudar uma cultura de mais de 500 anos, em uma República que nasceu em 1928 cheia de membros tortos não será fácil. Muitos são céticos quanto aos resultados. “Só tem bandido!”. “Não tem santo nessa história!”, repetem aqueles que não creem em novos tempos.

Penso que essa mudança começou sem que a grande massa percebesse, com a lei que impede de se candidatar os políticos que passaram por cargos públicos e prevaricaram. 
Foto: Eraldo Peres/Associated Press - Manifestação contra corrupção em setembro de 2011
Aqui mesmo, no Vale do Aço, cresce a cada dia a lista daqueles que não podem, nunca mais, serem candidatos a cargos eletivos.

Na eleição passada um ex-prefeito de Timóteo – que responde por improbidade - chegou a articular recursos na Justiça eleitoral, concorreu por sua conta e risco e seus votos para o Legislativo nem sequer puderam ser computados.

Outros, têm bens bloqueados da noite para o dia, porque não foram zelosos com o bem público quando foram eleitos e se tornaram ordenadores de despesas. Assinou contrato sem ler? Processo e fila do ficha suja.

Permitiu que assessores, secretários, assistentes encaminhassem projetos fraudulentos? Processo e condenação a ressarcir os cofres públicos.

Senhores, não adianta culpar jornalista que divulga notícias dessas decisões. Tenho observado que os réus concentram respostas em culpar a imprensa pelos escândalos, em outro plano, tentam queimar em praça pública os nomes dos promotores e juízes envolvidos nos processos a que respondem.

Mas, caberá à história reconhecer o mérito dos Promotores de Justiça e Juízes, de uma nova geração que chegou aos tribunais decidida a enfrentar o poder como nunca antes na história desse país.

Fortalecidas pela vontade de muitos, de um país livre de corruptos e corruptores, instituições já iniciaram uma cruzada, que não tem espadas nem armas de fogo. Tem como principal instrumento bélico, na verdadeira corrente do lado bom da força, a caneta.


O que se espera é que essa campanha avance e não fique somente no escândalo da Petrobras. Da prefeitura do mais insignificante ponto geopolítico do país, às metrópoles, todos merecem o mesmo olhar de controle e de punição, se for o caso.  

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